Homem é condenado a 29 anos por matar ex-companheira na frente dos filhos em Pelotas
Crime brutal ocorreu em 2006; réu ficou foragido por 17 anos e foi capturado em 2023.
Um homem foi condenado a 29 anos de prisão pelo assassinato de sua ex-companheira em Pelotas, crime cometido na frente de quatro filhos. O julgamento ocorreu nesta quarta-feira, 18 de dezembro de 2024, e trouxe desfecho para um caso que chocou a comunidade local.
O crime aconteceu em 7 de setembro de 2006, no Bairro Dunas. Na ocasião, o réu, que tinha 32 anos, invadiu a casa da vítima pela porta dos fundos e iniciou uma discussão, culminando em agressões físicas. Mesmo com os gritos desesperados das crianças pedindo para que ele parasse, o homem sacou um revólver e disparou contra a cabeça da mulher, fugindo em seguida. Ele permaneceu foragido por quase 17 anos, sendo capturado apenas no ano passado.
Segundo o promotor de Justiça Márcio Schlee Gomes, que atuou no caso, o crime foi cometido por motivo torpe, pois a vítima se recusava a vender o imóvel onde o casal morava. Além disso, o crime foi realizado de forma a impossibilitar qualquer defesa, configurando um feminicídio. “Ela não esperava que, naquele dia, o ex-companheiro fosse feri-la mortalmente”, afirmou o promotor. Foi destacado ainda que a vítima era frequentemente agredida, sofrendo constantes lesões corporais.
Durante o julgamento, a acusação foi acolhida integralmente, incluindo as duas qualificadoras: motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa. Apesar de ser considerado feminicídio, o crime não recebeu o agravante previsto na Lei Maria da Penha, que ainda não havia sido sancionada em 2006.