MPRS e Polícia Civil deflagram operação contra facção que negociava apoio político em troca de contratos públicos em Parobé
A "Operação Confraria" investiga esquema envolvendo fraudes licitatórias, lavagem de dinheiro e conexões políticas com facção criminosa
O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), por meio da Procuradoria da Função Penal Originária (PFPO), em conjunto com a Delegacia de Repressão ao Crime de Lavagem de Dinheiro do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) da Polícia Civil, realizou nesta quarta-feira, 18 de dezembro, uma grande ação policial em Parobé, no Vale do Paranhana. A operação cumpriu 41 mandados de busca e apreensão em instalações do Poder Executivo local, residências, escritórios e empresas de investigados.
Entre os itens apreendidos estão documentos, equipamentos eletrônicos, além do sequestro judicial de 59 veículos e 33 imóveis. A ação foi autorizada pela 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS).
Denominada “Operação Confraria”, a investigação revelou suspeitas de que integrantes de uma facção criminosa se infiltraram em órgãos públicos municipais, recebendo vantagens em contratações públicas em troca de apoio político durante campanhas eleitorais. Empresas fictícias ou sem estrutura foram favorecidas, com indícios de fraudes licitatórias, dispensas indevidas de certames e direcionamento de contratações.
O esquema teria envolvido três núcleos de pessoas e empresas, todos politicamente relacionados entre si e com agentes públicos. As investigações também apontam para práticas de lavagem de dinheiro, utilizando bens e valores obtidos de maneira ilícita.
Os trabalhos investigativos são conduzidos pela promotora de Justiça Letícia Elsner Pacheco e pelo delegado de Polícia Filipe Bringhenti, sob a coordenação do procurador de Justiça Fábio Costa Pereira, da PFPO, e do delegado de Polícia Cassiano Cabral, do DEIC.
A operação mobilizou cerca de 120 policiais civis e 30 servidores e policiais adidos do Ministério Público. Também participaram as promotoras de Justiça Karina Bussmann e Mariana de Azambuja Pires, o promotor de Justiça Heitor Stolf Junior, além de delegados como Vanessa Pitrez, Max Ritter, João Vitor Heredia e Augusto Zenon.
A investigação continua em busca de novas provas e informações que confirmem os vínculos entre agentes públicos e a facção criminosa.