Polícia Federal investiga aprovação de teste que permitiu compra de armas a esquizofrênico em Novo Hamburgo

Caso levanta questionamentos sobre exame psicotécnico aprovado e uso de armas por portador de transtorno psiquiátrico

A Polícia Federal solicitou ao Conselho Regional de Psicologia uma apuração sobre os laudos que certificaram a aptidão de Edson Fernando Crippa para possuir armas, apesar de ser diagnosticado com esquizofrenia. O homem, de 45 anos, foi responsável por um ataque em Novo Hamburgo, onde matou quatro pessoas e deixou outras cinco feridas. O pedido de investigação busca esclarecer se houve alguma falha por parte do psicólogo responsável pela avaliação, que poderia ser descredenciado caso sejam encontradas irregularidades.

O caso foi destacado pela Delegacia de Controle de Armas e Produtos Químicos (Deleaq), que sugeriu ao Conselho a abertura de um procedimento administrativo para preservar e revisar os testes aplicados. De acordo com a Polícia Federal, Edson possuía quatro armas, das quais apenas uma estava registrada no Sistema Nacional de Armas (Sinarm) com o certificado válido. Na época da aquisição, toda a documentação, incluindo o laudo psicológico que o declarava apto, foi apresentada de acordo com as exigências legais.

Edson Crippa tinha histórico de esquizofrenia, sendo internado quatro vezes ao longo de 16 anos. Apesar disso, suas autorizações para porte de armas foram renovadas em 2018 e 2020. Segundo investigações, ele vivia na casa dos pais e estava desempregado há cerca de dois anos, mas já havia trabalhado como motorista de cargas especiais, o que poderia explicar o arsenal encontrado em sua posse. O ataque, ocorrido no bairro Ouro Branco, durou mais de 10 horas, com Crippa sendo morto em confronto com o Batalhão de Operações Especiais (Bope).

Tanto o atirador quanto seu pai, morto durante o ataque, sofriam de esquizofrenia. O pai de Edson, no entanto, fazia uso de medicamentos para controlar a condição, ao contrário do filho. O fato de Edson Crippa ter mantido o registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), mesmo após diversas internações psiquiátricas, levanta preocupações sobre as falhas no sistema de controle de armas e a avaliação de indivíduos com transtornos mentais.

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Com informações do Jornal Correio do Povo.

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