Adolescente apreendido por morte de mulher trans em Bagé limpou e botou fogo em casa após sufocar e desmembrar vítima, diz Justiça

A justiça decretou a internação do jovem

Um adolescente de 16 anos foi internado provisoriamente após confessar o assassinato de Jullyane Alexsandra Fernandes Macial, uma jovem transgênero de 20 anos, em Bagé, no Rio Grande do Sul. Segundo a Justiça, o crime ocorreu após uma discussão motivada por ciúmes, durante a qual o adolescente sufocou a vítima utilizando o cabo elétrico de uma chapinha de cabelo. Em seguida, ele desmembrou o corpo e tentou ocultar o crime limpando a casa e ateando fogo no local. As informações são do Portal G1 RS.

A polícia encontrou uma faca e um machado no cenário do crime, que teriam sido utilizados no desmembramento da vítima. Os braços e pernas foram colocados em uma mala e abandonados nas margens de um córrego, enquanto o restante do corpo foi enrolado em um cobertor e deixado nos fundos de uma casa vizinha. A Justiça descreveu a conduta do adolescente como “extremamente agressiva” e destacou o esforço em esconder as evidências.

Após o crime, o adolescente teria enviado um vídeo para seus tios, confessando o ato e afirmando que “não tinha medo de matar ninguém”. Em depoimento, uma prima do jovem confirmou que ele não sabia que a vítima era transgênero. A decisão de internar o adolescente foi tomada no sábado (31), após um pedido do Ministério Público, e ele foi encaminhado para Pelotas, a 190 km de Bagé.

A família de Jullyane, abalada pelo ocorrido, preferiu não se manifestar. O caso ressalta a crescente violência de gênero na região, com a Justiça reforçando a necessidade de repreensão a esses atos.

Entenda os fundamentos da decisão que decretou a internação do adolescente

A Juíza de Direito Emanuelle Massing Stefani, da Comarca de Bagé, decretou a internação provisória de um adolescente de 16 anos, suspeito de cometer um ato infracional equivalente ao crime de feminicídio contra sua namorada. A decisão, proferida no dia 31/8, atendeu ao pedido do Ministério Público. Segundo a magistrada, há evidências suficientes para justificar a decisão provisória, uma vez que o próprio adolescente confessou o crime. Ela também destacou a gravidade do caso, que abalou a ordem pública devido aos fortes indícios de um ato violento contra a vida.

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“A conduta empregada pelo adolescente foi extremamente agressiva, sem falar em seu empenho para tentar esconder quaisquer evidências de seus atos, uma vez que desmembrou o corpo da vítima para fins de ocultação do fato, bem como efetuou a limpeza do imóvel onde cometeu o ato, com água e cloro, e, na sequência, ateou fogo no local. Destaca-se que, ao atear fogo na residência, o adolescente agiu sem a menor preocupação com o fato de que o fogo pudesse atingir seus vizinhos e populares, o que permite concluir pelo total desrespeito à ordem constituída para satisfazer interesses que fogem à compreensão”, aponta a Juíza Emanuelle. Na decisão, a magistrada também ressaltou que o motivo do crime, baseado em ciúmes, é particularmente preocupante.

“O feminicídio é uma violência extremamente grave que, infelizmente, vem crescendo na sociedade bageense, representando a expressão máxima de um conjunto de violências de gênero que devem ser repreendidas”, observa a magistrada.

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