Milhões de carros no Brasil ainda circulam com airbags mortais, apesar de recall

O Brasil ainda enfrenta um sério desafio relacionado ao recall de airbags fabricados pela japonesa Takata, que já provocaram a maior campanha de recall da história automotiva. Estima-se que cerca de 2,5 milhões de veículos no país ainda circulem com esses airbags defeituosos, o que representa um risco significativo para os motoristas e passageiros. O problema é especialmente alarmante, pois a falha no gerador de gases dos airbags pode causar a explosão do componente, lançando fragmentos metálicos em alta velocidade dentro do veículo.

O defeito nos airbags da Takata já foi responsável por pelo menos três mortes no Brasil até 2021, além de inúmeros ferimentos graves. Modelos de diversas montadoras, incluindo Fiat, Honda, Chevrolet e Volkswagen, estão entre os veículos afetados. Um exemplo recente é o Chevrolet Celta, cujo recall foi realizado apenas após a polícia de Sergipe identificar a causa da morte de um motorista devido ao defeito no airbag. A partir dessa constatação, a Chevrolet convocou mais de 235 mil unidades dos modelos Celta e Classic para o recall.

Embora a troca dos airbags seja gratuita, a adesão ao recall no Brasil tem sido baixa. A Takata já admitiu problemas em milhões de veículos globalmente, com recalls sendo realizados desde 2014. No entanto, a falha no componente já era conhecida internamente pela empresa desde 2004, mas medidas corretivas não foram implementadas a tempo. O problema só ganhou notoriedade após uma série de investigações e reportagens que expuseram a gravidade da situação.

Para tentar aumentar a adesão ao recall, fabricantes têm adotado diversas estratégias, como o envio de notificações diretas e campanhas publicitárias. A Chevrolet chegou até a oferecer R$ 500 em combustível para os proprietários dos veículos afetados que comparecessem para a substituição do airbag. Além disso, a legislação brasileira agora exige que recalls sejam realizados para que o veículo possa ser licenciado, o que tem pressionado os proprietários a realizarem as devidas trocas.

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Apesar dos esforços, ainda é alarmante que milhões de veículos no Brasil continuem com os airbags defeituosos da Takata. A situação exige uma conscientização maior por parte dos proprietários e uma fiscalização mais rigorosa para garantir que todos os veículos afetados sejam devidamente reparados, minimizando o risco de novas tragédias.

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