Variação de temperatura causa estresse nas lavouras de canola e trigo no Rio Grande do Sul, mas geadas não devem impactar significativamente as culturas de inverno
A recente variação intensa de temperatura no Rio Grande do Sul tem causado estresse nas lavouras de canola, especialmente aquelas em início de floração, segundo o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira, 22 de agosto. As áreas de canola em floração e enchimento de grãos, situadas em regiões mais baixas, foram afetadas por geadas. No entanto, ainda não é possível determinar com precisão o grau dos danos causados.
Mesmo com esses desafios, os trabalhos de manejo nas lavouras de canola prosseguiram, com a realização de pulverizações de fungicidas e inseticidas nas áreas semeadas precocemente. Além disso, a aplicação de herbicidas para o controle de ervas daninhas continua nas áreas semeadas em períodos mais tardios. Para esta safra de inverno, a Emater/RS-Ascar projeta um total de 134.975 hectares cultivados com canola no Estado, com uma produtividade inicial estimada em 1.679 kg/ha.
No caso do trigo, as geadas seguidas por um aumento das temperaturas criaram condições favoráveis para o desenvolvimento vegetativo das lavouras, especialmente aquelas semeadas no final da janela recomendada de plantio. Entretanto, as lavouras em fase reprodutiva, plantadas no início de junho, podem ter sofrido danos que afetarão o florescimento e a formação de grãos. A avaliação das consequências dessas condições climáticas só poderá ser feita quando as plantas atingirem o estágio de maturação. De acordo com a Emater/RS-Ascar, 83% das lavouras de trigo estão em desenvolvimento vegetativo, enquanto 17% encontram-se em espigamento/florescimento. A área cultivada com trigo no Estado é de 1.312.488 hectares, com uma produtividade prevista de 3.100 kg/ha.
Apesar das adversidades, a sanidade das lavouras de trigo é considerada satisfatória, o que traz otimismo para o decorrer da safra.