Caso Gabriel: três PMs denunciados pelo MPRS por matar jovem há dois anos são interrogados em audiência de instrução

Os três policiais militares denunciados pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) por matar o jovem Gabriel Marques Cavalheiro, de 18 anos, em agosto de 2022, em São Gabriel, foram interrogados nesta terça-feira, dia 13 de agosto, no Foro da Comarca do município. O ato encerrou a primeira fase do processo que, agora, aguarda por decisão se os réus serão julgados pelo Tribunal do Júri.

A promotora de Justiça Lisiane Villagrande Veríssimo da Fonseca acompanhou todos os interrogatórios desde o início da manhã e disse que, no momento, se espera pela deliberação sobre requerimento da defesa dos acusados, e, após, se aguarda o oferecimento de memoriais pelas partes envolvidas. Com isso, o MPRS espera pela pronúncia dos três policiais para serem julgados por jurados pela prática de homicídio triplamente qualificado, conforme a denúncia.

“Os réus negaram a autoria, no entanto, o MPRS afirma manter a convicção acusatória. Para nós, não houve qualquer surpresa relacionada às teses defensivas, e as provas produzidas desmentem as versões dos acusados, sendo claras no sentido da responsabilidade deles pelo homicídio de Gabriel! As afirmações defensivas, que indicam um complô para a incriminação dos policiais, são dignas de um roteiro de cinema, nem de longe correspondem à verdade dos fatos”, afirma a promotora Lisiane.

Na Justiça Militar, em julho do ano passado, um dos policiais foi condenado a um ano de prisão por falsidade ideológica e os outros dois PMs foram absolvidos. Em relação à ocultação de cadáver, os três receberam absolvição.

O CRIME

Gabriel desapareceu no dia 12 de agosto de 2022 após uma abordagem da Brigada Militar. Após isso, o jovem foi colocado no porta-malas de uma viatura e o corpo dele foi localizado uma semana depois submerso em uma barragem na região, próximo ao local onde os denunciados afirmaram terem deixado o jovem após a abordagem. Logo depois, os PMs foram presos e a perícia apontou que Gabriel morreu após uma hemorragia interna provocada por uma agressão na região do pescoço, além de não haver indícios de afogamento.

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