Jovem de Fagundes Varela publica livro de poemas

"A morte de Narciso" fala sobre amor, dor e luto

Angela Zatt Lazzari foi nascida e criada na cidade de Fagundes Varela, e com 19 anos estreou no mundo literário com o título “A morte de Narciso”. Conheceu a escrita no primeiro ano do ensino médio, quando uma professora propôs, que após a leitura dos cordéis de Bráulio Bessa, os alunos escrevessem um com temas do Rio Grande do Sul, originalmente eles possuem temas do sertão e do nordeste. Angela gostou muito da escrita e não parou ao fim da atividade, continuou a escrever e começou a testar outros formatos e estruturas. Assim nasceu o livro “A morte de Narciso”, composto por uma coletânea de poemas sobre amor, dor e luto escritos durante dois anos.

“Minha relação com a escrita é bem íntima, tudo que me aflige ou me toca de alguma forma, eu escrevo no papel, como uma forma de desabafo mesmo. A escrita é algo que acontece naturalmente, nunca planejo sentar e escrever, é sempre a inspiração que vem até mim e aos poucos eu vou escrevendo e lapidando aquilo. “

Angela Zatt Lazzari

Algumas de suas inspirações são: Bruno Fontes, Clarice Lispector e Rapi Kaur. Os poemas da autora possuem semelhanças com as obras de suas inspirações. Bruno Fontes escreve de uma maneira leve e fluída, mas mesmo assim, muito sentimental e Rupi Kaur não utiliza forma fixa, métrica ou rima, características presentes nos poemas de Angela.

Os poemas podem ser escritos de forma fixa, como os sonetos que possuem dois quartetos e dois tercetos (dois versos de quatro estrofes e dois versos de três estrofes), esses eram muito utilizados por autores parnasianos, que cultuavam a forma, a métrica e as rimas raras (utilização de palavras de diferentes classes que rimam). Como é o caso de Olavo Bilac, conhecido como “O príncipe dos poetas” e famoso pelo poema “Última flor do Lácio”. Já os poetas modernistas costumam utilizar uma estrutura livre, sem a necessidade de rimas, métrica ou formato perfeito.

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Angela Zatt Lazzari sempre levou a escrita como hobby, não como profissão, e para explicar isso ela cita Clarice Lispector: “escritor é a pessoa que se dedica aquilo todo dia, eu apenas escrevo por vontade própria”. Ela utiliza escrita como desabafo, é algo que a faz muito bem, publicar foi para mostrar os poemas à sociedade com a ideia de alguém se identificar por estar vivendo aquele sentimento. A autora descreve o processo de publicação como “uma experiência indescritível, foi sensacional”.

Tenho ideia de publicar mais livros, é claro, mas não pretendo fazer disso uma profissão ou depender apenas disso, tenho planos que vão quase em contrapartida a isso, mas acho que essa é a graça da vida, o fato de termos oportunidade de escolher múltiplos “destinos” e está tudo bem.

Angela Zatt Lazzari

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