Varejo do RS tem aumento de vendas de 5% em 12 meses

Os indicadores econômico-tributários do varejo do Estado e seus segmentos foram analisados em mais um encontro entre a Receita Estadual e setores da economia do Rio Grande do Sul no projeto Diálogos Setoriais, realizado na manhã desta terça-feira (9/1). Foram apresentados os consolidados de vendas, compras e do valor adicionado dos varejistas gaúchos. Os dados foram publicados na décima edição do boletim econômico-tributário de dezembro, disponível para download gratuito no site Receita.Doc. As transmissões das lives ocorrem pelo canal da Secretaria da Fazenda (Sefaz) no YouTube.

Até outubro, as vendas acumuladas do varejo tiveram um aumento de 5% na comparação com o acumulado dos últimos 12 meses, passando de R$ 204,5 bilhões no período anterior para R$ 214,7 bilhões. Em todos os meses do período, houve aumento de vendas, embora no mês de outubro tenha sido registrada queda, com vendas de 18,2 bilhões no mês (R$ 2 bilhões a menos do que em setembro).

“Na visão geral, há uma curva de estabilidade no período para o setor quando comparado com os 12 meses anteriores, período de maior oscilação entre os meses, quando houve quedas fortes em alguns momentos”, avaliou o auditor fiscal da Receita Estadual, Michel Câmara.

Segundo ele, nas próximas análises, também devem ser evidenciados impactos externos advindos das questões macroeconômicas, como a taxa de juros, além dos avanços na Reforma Tributária. Outro ponto destacado foi um refinamento metodológico que excluiu dessa análise itens que não são necessariamente do varejo, como é o caso de energia elétrica de bares e restaurantes.   

Quanto aos setores com melhor desempenho de vendas no período, Metalmecânico – que pode ter sido impactado por medidas de incentivo às vendas de veículos –, Super e Hipermercado e Químico – que representam basicamente medicamentos e cosméticos – tiveram crescimento acima de 10%. Já as maiores retrações foram nos segmentos de Móveis e Combustíveis, além de outros varejos.

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Na live relativa ao varejo desta terça-feira, a economista-chefe da Fecomércio, Patrícia Palermo, destacou que o recorte está compatível com pesquisas das atividades varejistas em termos de setor. “Os dados apresentados têm características de natureza fiscal sobre empresas do Regime Geral, e vínhamos observando um comércio com resultado positivo, mas em menor grau do que os dados da Fazenda. Então, embora com diferenças nas formas de captação das informações, as análises se aproximam”, explicou. 

Segundo a economista, análises da Fecomércio mostram um 2024 melhor para o Estado do que para o Brasil por conta do desempenho agropecuário e de seu transbordamento na renda, que teve muitas frustrações no Estado em 2023, ficando aquém do potencial.

Ainda nesta terça, foi realizada live com o setor de Máquinas e Equipamentos, cujas vendas registraram estabilidade no período, segundo avaliações da Sefaz.

Expansão da indústria de veículos

Nas análises da indústria de veículos feitas no boletim, foi registrado o maior crescimento financeiro de vendas no setor nos últimos 12 meses. De novembro de 2022 a outubro de 2023, o segmento expandiu 14,3% em comparação com os 12 meses anteriores, o que corresponde à movimentação de R$ 31 bilhões em comercializações no período. O levantamento também está publicado no último boletim econômico-tributário da Sefaz.  

O desempenho do setor de veículos superou, com folga, a elevação do segmento metalomecânico, sua área industrial afim, cuja expansão de vendas registrou crescimento de 1,6% no mesmo período. O mercado interestadual continua liderando o destino das vendas. O balanço revela que 80% dos bens produzidos, incluindo automóveis e peças e acessórios de veículos, rumam para outros estados brasileiros. Compradores de fora do Rio Grande do Sul respondem por R$ 24 bilhões das vendas nos últimos 12 meses. No mesmo período, o mercado gaúcho absorveu 12% das transações, ocupando uma fatia de R$ 3,6 bilhões do volume comercializado.

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O valor adicionado do setor, indicador que reflete o potencial da margem de lucro ao calcular a diferença financeira das compras e vendas, totalizou R$ 8,9 bilhões nos últimos 12 meses – uma elevação superior a 40%. O resultado positivo é decorrente do aumento expressivo nas vendas e pode indicar uma redução do peso dos insumos na produção, puxada pela queda da inflação.  

A indústria de máquinas e equipamentos do RS também apresentou aumento nas vendas, expandindo em 3,1% as transações acumuladas nos últimos 12 meses. Em valores absolutos, o segmento acumulou R$ 64 bilhões comercializados no período. Seguindo a tendência do setor de veículos, o crescimento mais expressivo ocorreu no mercado interestadual, cujas vendas saltaram 5,26%. Também em ritmo de expansão, as exportações cresceram 3,78%.

O potencial de margem de lucro também revela um cenário positivo para o setor. Nos últimos 12 meses, o valor adicionado chegou a R$ 30 bilhões, uma elevação de 32,8%.

Informações estratégicas para o desenvolvimento econômico

Publicado mensalmente na Revista RS360, o boletim econômico-tributário é uma iniciativa do programa Desenvolve RS que fornece informações estratégicas sobre o desempenho dos segmentos industrial, varejista e atacadista do Rio Grande do Sul. Construído com base nos dados de circulação de mercadorias tributadas pelo Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o material revela indicadores inéditos de vendas, compras, valor adicionado, taxa de investimento e outros insumos que contribuem para a análise do cenário produtivo e auxiliam na tomada de decisão do mercado.

Em novembro, a Receita Estadual também lançou o Radar do Mercado Gaúcho, um painel virtual interativo inédito no país que centraliza uma série de dados econômicos segmentados por produto. A plataforma disponibiliza informações detalhadas sobre o destino das vendas dos produtos fabricados no Estado, tanto no mercado interno (Rio Grande do Sul) quanto em outras unidades federativas, incluindo o volume exportado de cada produto. Uma novidade do painel é o chamado marketshare, que demonstra a fatia que cada produto ocupa dentro do mercado de consumo estadual.

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