Como será o clima durante o verão de 2024 sob forte El Niño
O verão de 2024 no Rio Grande do Sul deve ter chuva perto ou acima da média, mas com irregularidade. Os acumulados de precipitação variam muito de um ponto para outro, dentro de uma mesma cidade, as informações são da Metsul.
A soma dos volumes do trimestre do verão climático (dezembro a fevereiro) deve fazer com que a estação registre chuva acima da média, considerando que dezembro acabará com chuva muito acima da média em várias regiões gaúchas.
No entanto, existe a possibilidade de no decorrer da estação, especialmente em janeiro e parte de fevereiro, que se registrem períodos de pouca chuva ou até de precipitações escassas com impacto na produção agrícola em algumas regiões.
Apesar do quadro de chuva irregular, devem ser esperados episódios pontuais de chuva volumosa a excessiva, de curta duração, e com características ou localizadas ou regionalizadas.
Do ponto de vista da climatologia histórica, as regiões Norte, Leste e Nordeste do Estado têm uma maior propensão a estes episódios de chuva volumosa, sobretudo o Litoral Norte.
Em janeiro e parte de fevereiro, uma vez que a Argentina e o Uruguai devem ter aumento maior da chuva por conta do El Niño, as Metades Oeste e o Sul do estado têm maior probabilidade de períodos com precipitação acima da média, inclusive com risco de excessos em algumas áreas.
Temperatura acima da média
O tradicional calor, obviamente, se fará presente. A MetSul Meteorologia projeta estação com temperatura acima da média histórica na grande maioria ou totalidade das cidades gaúchas com algumas jornadas de calor muito intenso em que as máximas devem ficar próximas ou até superarem os 40ºC em partes do Estado. Fevereiro e março são os meses com maior probabilidade de temperatura acima da média.
Outras regiões do Brasil
Santa Catarina e Paraná
O verão em Santa Catarina e no Paraná terá grande variabilidade de volumes de chuva de uma cidade para outra, mas, no geral, deve ter precipitações próximas ou abaixo da média na maioria das localidades. Há risco de irregularidade hídrica impactar a produção agrícola em localidades dos dois estados.
Episódios pontuais e isolados de chuva intensa pelo efeito do calor e da umidade podem gerar acumulados excessivos. O risco maior de eventos de chuva volumosa será maior em cidades perto da costa em episódios de chuva orográfica.
Centro-Oeste
No Centro-Oeste, a chuva deve ser mais volumosa nos estados do Mato Grosso e Goiás, onde a estação deve ter precipitação acima da média em vários pontos. Mais a Oeste do Mato Grosso, porém, algumas cidades podem se ressentir de precipitação abaixo da média. No Mato Grosso do Sul, a irregularidade da chuva será maior e maior número de localidades pode apresentar precipitação abaixo da média.
Sudeste
No Sudeste do Brasil, a chuva deve ficar acima a muito acima da média em vários pontos de Minas Gerais, que é o estado da região que mais preocupa neste verão. A chuva deve ser superior ao normal ainda na estação em áreas do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, sobretudo mais ao Norte do estado fluminense. Em São Paulo, a chuva tende a ser muito irregular e muitos municípios devem ter um verão menos chuvoso que o habitual.
É importante destacar que tanto no Sudeste como no Centro-Oeste são comuns na estação temporais isolados com altíssimos volumes de chuva que podem fazer com que a estação termine com acumulados localizados ou regionalizados acima da média. Na costa, eventos de chuva orográfica podem gerar também precipitação localmente excessiva.
Norte
No Norte do Brasil, o El Niño seguirá favorecendo chuva abaixo da média em locais mais ao Norte da região amazônica como o Norte do Amazonas e Roraima, nas proximidades da Venezuela e da Colômbia. Mais ao Sul da região amazônica e em Tocantins, a MetSul projeta o predomínio de precipitação entre perto e acima da média.
Nordeste
No Nordeste do Brasil, por sua vez, onde o El Niño deveria reduzir em tese a chuva nesta época do ano, espera-se precipitação acima da média em grande parte da região e com excessos localizados. Pode chover muito, por exemplo, em setores mais ao Norte do Ceará, como na área de Fortaleza, e no Rio Grande do Norte, incluindo a sua capital Natal.