Pacífico atinge patamar de Super El Niño; veja os impactos na sua região

O fenômeno El Niño atingiu o patamar de Super El Niño nesta semana, com anomalias de temperatura da superfície do mar acima de 2ºC na região Niño 3.4 do Pacífico Equatorial. É o mais intenso evento do tipo desde 2015-2016, as informações são da Metsul.

O aquecimento das águas do Pacífico Equatorial segue se fortalecendo, o que levou as anomalias de temperatura da superfície do mar a mais de 2ºC no Pacífico Centro-Leste. O fenômeno teve início no mês de junho e ganhou maior intensidade ao longo desta primavera, como projetavam os modelos de clima.

Nos últimos dias, por conta de ventos mais fortes de Oeste, um fenômeno chamado em Inglês de Westerly Wind Bust, na faixa equatorial, águas mais quentes foram levadas para o Pacífico Centro-Leste, favorecendo um maior aquecimento das águas superficiais e o rompimento da marca de 2,0ºC.

A anomalia de 2,1ºC é o maior valor semanal de anomalia informado pela NOAA para esta parte do Oceano Pacífico (região Niño 3.4) desde a semana de 17 de fevereiro de 2016, quando a anomalia foi de 2,2ºC, no episódio de Super El Niño de 2015-2016.

O fato de o fenômeno ter superado anomalias de temperatura do mar de 2,0ºC e desta forma atingido marcas de Super El Niño, não significa que os fenômenos a partir de agora ficarão mais extremos com ainda mais chuva, seca ou ondas de calor, conforme a região do Brasil. Não há proporcionalidade linear entre as anomalias do Pacífico e o que ocorre de chuva ou temperatura como consequência do El Niño.

O que é certo é o prosseguimento das consequências do fenômeno El Niño que têm sido observadas nos últimos meses. No Norte e no Nordeste, as precipitações seguirão abaixo das médias históricas, embora a chuva aumente no Norte com o chamado inverno amazônico. Os déficits de chuva, porém, tendem a se agravar em parte do Nordeste.

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No Sudeste e no Centro-Oeste do Brasil, o sinal é misto na precipitação. Haverá áreas em que a chuva ficará acima da média e muitas outras abaixo, não se observando um padrão regional. As ondas de calor mais fortes no Centro do Brasil tendem a ocorrer durante a primavera, pelo clima mais seco, mas será um verão com temperatura acima a muito acima do normal. O Rio de Janeiro, em particular, pode ter novos extremos de calor.

No Sul, a tendência é a chuva seguir acima da média principalmente no Rio Grande do Sul e em parte de Santa Catarina. O verão será mais quente do que a média e, como maior umidade, a estação será mais abafada do que o habitual e com maior risco de temporais de fim de tarde e começo de noite pelo calor excessivo e úmido.

A tendência é que o Pacífico Centro-Leste aqueça ainda mais nas próximas semanas com o pico de aquecimento se dando entre o fim de dezembro e o mês de janeiro, sob ventos mais fortes de Oeste, indicam as projeções de modelos de previsão do tempo e clima.

Nos últimos dias, ocorreu um fenômeno extremamente relevante que impacta na força do El Niño. É o que se denomina em Inglês de “westerly wind burst”. O que é isso? Os ventos de Oeste aumentaram muito e subitamente ao redor da Linha Internacional da Data, o que levará águas mais quentes do Indo-Pacífico para o Pacífico Centro-Leste, tendo como resultado a intensificação do El Niño.

Assim, o entendimento nossa na MetSul Meteorologia é que o El Niño ainda deverá se intensificar em curto e médio prazos, atuando neste fim de ano no patamar de Super El Niño com anomalias de 2ºC ou mais. O pico do El Niño deve ocorrer agora entre dezembro e janeiro com algumas projeções indicando o máximo deste evento se dando no final do ano e outras no decorrer do mês de janeiro. Na sequência, o fenômeno começaria enfraquecer.

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O El Niño é um fenômeno natural que ocorre a cada 3 a 5 anos e tem impacto significativo no clima do mundo todo. O evento atual é o mais intenso em 50 anos e deve trazer impactos significativos para o Brasil e outros países nas próximas semanas e meses.

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