Após a instalação de travessias, atropelamentos de animais têm queda de 70% em rodovia que liga a Região Metropolitana ao litoral gaúcho
Bugios-ruivos, ouriços, gambás e outros mamíferos estão aprendendo a atravessar em segurança a ERS-040, que liga Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre, a praias do Litoral Norte gaúcho.
Durante monitoramento dos 21 passadores aéreos instalados na estrada pela EGR (Empresa Gaúcha de Rodovias), foram registradas imagens dos animais utilizando as pontes de corda com familiaridade. Desde a implantação dos equipamentos, em outubro de 2022, todo o processo de adaptação e utilização das travessias tem sido acompanhado. As imagens captadas fazem parte da etapa de monitoramento de uso dos passadores pela fauna.
Entre janeiro e abril deste ano, após a instalação das passarelas, foram registrados 80 atropelamentos de animais, contra 262 no mesmo período de 2002 – uma redução de 70%.
O diretor-presidente da EGR, Luiz Fernando Záchia, ressaltou que os dispositivos aumentam a segurança da rodovia para os usuários e para as comunidades do entorno, mas principalmente mitigam o impacto ambiental ocasionado pelo atropelamento de animais. “Naquela região, restam alguns trechos de cobertura florestal de mata atlântica, e a presença de animais que vivem nas copas das árvores é muito grande. Assim, as medidas adotadas pela EGR visam à preservação deles, em especial o bugio-ruivo, ameaçado de extinção”, afirmou.
Os especialistas do Núcleo de Ecologia de Rodovias e Ferrovias da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) explicam que a fase ainda é de reconhecimento e adaptação da fauna às novas estruturas. É esperado que haja um aumento na aprendizagem dos animais com o passar do tempo, refletindo na diminuição dos atropelamentos.
De acordo com a gerente de engenharia da EGR, Camila Roberta Kohler, as pontes de corda estão instaladas em seis zonas críticas da ERS-040, entre o quilômetro 13 e o 16, no quilômetro 21 e entre o 39 e o 42, ambos em Viamão. “São estruturas específicas para animais que se deslocam pelas copas das árvores, oportunizando o deslocamento para que eles encontrem um caminho seguro para o cruzamento entre os dois lados da rodovia”, explicou.