Homem que matou pai de família é condenado a mais de 22 anos de prisão e a pagar indenização para esposa e filhos no RS

Um homem denunciado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) foi condenado nesta quinta-feira, 19 de julho, por homicídio qualificado (dissimulação) e tentativa de homicídio qualificado (para garantir a impunidade de outro delito) cometidos contra um casal em 2021. O réu foi sentenciado a 22 anos e 6 meses de reclusão. A promotora de Justiça Lúcia Helena de Lima Callegari, que atuou em plenário, comemorou o fato de a Justiça ter fixado reparação à família. A companheira, que sobreviveu ao crime, receberá R$ 30 mil, e os dois filhos deles, R$ 20 mil cada.

Na sentença, o juiz argumentou que houve perda do genitor, que contribuía para o sustento da família. E que a mulher tem gasto mensal com consultas e fármacos, situação que se iniciou após o crime. Sobre os valores, incidirá IPCA a contar desta quinta-feira, e juros simples de um por cento ao mês, a contar do fato.

Lúcia lembra que a mulher ficou com problemas de visão e neurológicos. Ela e os dois filhos pequenos fazem tratamento psiquiátrico e tomam medicação até hoje. “Desde que a lei mudou, em 2008, tenho lutado ferrenhamente para que as vítimas sobreviventes e seus familiares sejam indenizados. Nesse caso, era um pai de família trabalhador que foi morto. A esposa dele, que sobreviveu, é uma pessoa do bem. Levou um tiro na cabeça e tem sequelas até hoje. Esse valor de indenização não vai trazer o pai de família de volta e nem vai suprir toda a dor existente, mas vai possibilitar que essa família possa ter parte desses valores reparados, para que tenham um conforto diante de toda essa situação”, comenta a promotora.

“Entendo que a gente tem que ter como prioridade não só a condenação dos réus, mas um conforto para as vítimas sobreviventes e familiares. Esse tem que ser o objetivo do Ministério Público. Então eu fico bastante satisfeita que tenha conseguido também atingir esse objetivo. Os processos não são só papéis. Há pessoas por trás”, finaliza.

Leia também:  MPRJ denuncia policial militar pela morte da menina Eloah no Rio

COMO ACONTECEU

Em 10 de agosto de 2021, o réu matou um homem e tentou matar sua companheira a tiros na Estrada Afonso Lourenço Mariante, bairro Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre. O réu tinha uma dívida financeira com o casal – pais de uma menina e um menino pequenos – e disse que pagaria naquele dia. Então, pediu carona para as vítimas para buscar o dinheiro. No caminho, o réu comentou que precisava pegar um objeto em um determinado local. O objeto era uma arma de fogo. Ao perceberem, as vítimas negaram a carona, a não ser que o acusado deixasse o armamento em casa. Assim, todos foram para a residência do réu, onde este, dissimulando o propósito homicida, disse, falsamente, ter deixado a arma.

De volta ao carro e, ainda portando a arma de fogo escondida, o réu alegou que precisavam ir à residência da tia de sua namorada, onde, finalmente, apanharia o dinheiro para pagar a dívida. Ocorre que tudo não passava de um plano do acusado para assassinar os dois. Chegando na Estrada Afonso Lourenço Mariante, o réu, sentado no banco de trás do automóvel, sem nada falar, atirou à queima-roupa na cabeça do homem, matando-o. Na sequência, atirou na nuca da mulher com intenção de matá-la e fugiu. Apesar de ter ficado gravemente ferida, ela somente não morreu porque conseguiu carona com um desconhecido, que a levou para receber atendimento médico.

Receba as notícias da Studio via WhatsApp

Receba as notícias da Studio via Telegram

A Rádio Studio não se responsabiliza pelo uso indevido dos comentários para quaisquer que sejam os fins, feito por qualquer usuário, sendo de inteira responsabilidade desse as eventuais lesões a direito próprio ou de terceiros, causadas ou não por este uso inadequado.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo