Adeus Tina Turner! Artistas do mundo inteiro reverenciam a diva do rock

As redes sociais estão tomadas de homenagens à diva Tina Turner, que morreu nesta quarta, 24 de maio, aos 83 anos, na casa dela na Suíça.

A causa não foi divulgada pela família, mas Tina lutava desde 2016 contra um câncer de intestino, o mesmo que levou este ano o rei Pelé.

Tina Tuner é uma lenda, um símbolo de resistência feminina. Cantora que sofreu violência doméstica do primeiro marido, dependente de cocaína, ela tentou suicídio nos anos 1970 mas conseguiu se divorciar e emergir. Tina se reinventou e nos anos 1980 teve um sucesso arrebatador no mundo inteiro com sua voz rouca, atitude e energia impressionante.

Comunicado da família

Foi a própria família que informou a morte da cantora em comunicado:

“Tina Turner, a ‘Rainha do Rock’n Roll’, morreu pacificamente hoje, aos 83 anos, após uma longa doença em sua casa em Kusnacht, perto de Zurique, na Suíça. Com ela, o mundo perde uma lenda da música e um exemplo”,

“Com sua música e sua paixão sem limites pela vida, ela encantou milhões de fãs ao redor do mundo e inspirou as estrelas de amanhã. Hoje nos despedimos de uma querida amiga que nos deixa sua maior obra: sua música. Toda a nossa sincera compaixão vai para a família dela. Tina, sentiremos muito sua falta”, diz o texto no Instagram.

O começo de tudo

Tina nasceu em 26 de novembro de 1939, em Nutbush, Tennessee (EUA).

Foi registrada como Anna Mae Bullock e começou a cantar ainda criança no coral da igreja batista.

Começou a carreira na música no final da década de 1950 no grupo Kings of Rhythm, de Ike Turner, que viria a se casar com ela.

No começo, o nome artístico dela era Little Ann. Somente em 1960, passou a ser apresentada como Tina Turner, no single “A fool in love”, seu primeiro hit com Ike Turner.

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Agredida pelo marido

Tina e Ike se casaram em 1962 e entre os anos 1960 e 1970, a dupla Ike & Tina Turner se tornou um dos maiores nomes do pop americano, com sucessos como “It’s gonna work out fine”, “River Deep – Mountain High”, “Proud Mary” e “Nutbush city limits”.

Mas na intimidade a cantora vivia uma rotina de abusos e violência doméstica.

Ike usava cocaína e batia na mulher.

A autobiografia “Eu, Tina: A história de minha vida” (livro de 1986 transformado em filme em 1993, estrelado por Angela Basset e Laurence Fishburne), revelou que as agressões levaram Tina a uma tentativa de suicídio em 1968, por ingestão de Valium.

A virada

Em 1976, Tina se divorciou. Abriu mão de seus bens e assumiu várias dívidas de shows cancelados no período, para manter o sobrenome Turner.

Em 1978, ela tocou por dois anos em pequenos clubes até se recuperar financeiramente.

Só nos anos 1980 chegou a virada na carreira de Tina.

Rod Stewart e Rolling Stones

Em 1981, Rod Stewart viu a cantora no Ritz, de Nova York, e a convidou para tocar “Hot legs” com ele no “Saturday Night Live”.

Em novembro do mesmo ano, Tina abriu a turnê americana dos Rolling Stones.

O clipe dela, “Ball of confusion”, subiu para os primeiros sucessos da MTV, uma das primeiras artistas pretas a desfilar no canal musical norte-americano.

Sucesso mundial

Em 1983, Tina assinou com a Capitol Records, lançou o álbum mais bem-sucedido de sua carreira, “Private dancer” (1984).

Foram 5 milhões de cópias vendidas nos EUA e outras 11 milhões no resto do mundo.

O álbum alcançou a terceira posição na Billboard 200 dos EUA.

No mesmo disco, ela emplacou os maiores hits de carreira como “What’s love”, “Better be good to me”, “Got to do with it” e a versão de “Let’s stay together”, de Al Green.

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Cantora e atriz

Em 1985, a cantora atuou em seu terceiro filme, “Mad Max 3: Além da cúpula do trovão”, seu maior sucesso no cinema.

No terceiro longa da franquia estrelada por Mel Gibson, Tina era a vilã Titia Entity, que comandava uma cidade pós-apocalíptica.

O longa eternizou outro de seus sucessos, “We don’t need another hero (Thunderdome)”, a principal faixa da trilha sonora.

No mesmo ano, a cantora também foi uma das estrelas na gravação do single beneficente “We are the World”, escrita por Michael Jackson e Lionel Richie para arrecadar fundos para o combate à fome e doenças no continente africano.

Viajou o mundo e veio ao Brasil

Com o álbum seguinte, “Break every rule” (1986), Tina fez a maior turnê de sua carreira, viajando por 14 meses.

Na passagem pelo Brasil, o show da turnê no Rio entrou para o livro dos recordes, com o público de 184 mil pessoas em uma única apresentação, no Maracanã.

Em 1991, já consagrada como a Rainha do Rock’n Roll, Tina passa a integrar o Hall da Fama do Rock.

Novo casamento

Em 1995, ela se muda para a Suíça com o produtor e empresário alemão Erwin Bach, com quem viria a se casar, numa cerimônia budista, em 2013.

Naturalizada suíça no mesmo ano, Tina recebeu um dos rins do marido, após sofrer falência dos órgãos, ao ser diagnosticada com câncer no intestino, em 2018.

Homenagens no mundo

A atriz Viola Davis escreveu no Instagram:

“Icônica. Linda. Brilhante. Uma sobrevivente. Nosso primeiro símbolo de excelência e posse desenfreada da sexualidade!! Você foi minha infância. Oh cara!!! Deus vai ganhar um anjo hoje!!! Descanse bem Rainha Tina Turner. Vamos aproveitar o seu legado!!!”

Oprah Winfrey, fã apaixonada por Tina, escreveu no Instagram:

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“Comecei como fã de Tina Turner, depois uma groupie completa, seguindo-a de show em show pelo país, e então, eventualmente, nos tornamos amigas de verdade. Ela é nossa eterna deusa do rock ‘n’ roll, que continha uma magnitude de força interior que cresceu ao longo de sua vida. Ela foi um modelo não só para mim, mas para o mundo. Ela encorajou uma parte de mim que eu não sabia que existia”.

“Uma vez que ela reivindicou sua liberdade de anos de abuso doméstico, sua vida se tornou um clarim para o triunfo. Agradeço a coragem dela, por nos mostrar como é a vitória usando Manolo e minissaia de couro. Certa vez, ela compartilhou comigo que, quando chegasse a hora de deixar esta terra, ela não ficaria com medo, mas animada e curiosa. Porque ela aprendeu a VIVER cercada por seu amado marido, Erwin, e amigos”. Sou uma mulher melhor, um ser humano melhor, porque a vida dela tocou a minha. Ela era simplesmente a melhor”, concluiu Oprah.

Homenagens no Brasil

Fafá de Belém disse que Tina foi um ícone:

“Mais um ícone que se vai. Tina Turner é uma das maiores vozes da História. Seu legado será eterno pela excelência de sua obra e pela potência dessa mulher lendária”.

Carlinho Brown agradeceu pela alegria da diva:

“Muito obrigado pela sua alegria e pela sua grande colaboração de energizar artistas em torno de acreditarem no palco”, começou o músico em homenagem no perfil do Instagram, “Você deixa a marca profunda da maneira que nós temos que utilizar a música como máquina comunicadora de melhorias para o mundo”.

A atriz Leticia Sabatella, chamou Tina de Sagrada:

“O fogo sem lhe queimar! Iluminada! Sagrada”, exaltou em post.

Informações Só Notícia Boa.

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