Confira o prognóstico climático do Boletim Copaaergs para os próximos meses no RS

Chuvas devem ficar dentro da média em janeiro, fevereiro e março; veja as orientações para a agricultura

O prognóstico climático para o trimestre janeiro-fevereiro-março 2023 foi divulgado no Boletim do Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs). De um modo geral ele indica condições de precipitação pluvial próximas da média climatológica na maioria das regiões, podendo ficar um pouco abaixo da média do centro para o extremo oeste-sudoeste do Estado e ligeiramente acima da média no sudeste do Estado.

A agrometeorologista Loana Cardoso, coordenadora do Copaaergs, afirma que “esse prognóstico de chuvas próximas à média ou ligeiramente abaixo, indica que devemos ter períodos de estiagem, pois no verão, mesmo com chuvas dentro da média, a demanda evaporativa atmosférica é alta em função da elevação da temperatura, o que torna esse período preocupante para a produção das culturas de primavera-verão”.

Em janeiro, há tendência de precipitação pluvial próxima da média na maioria das regiões; podendo ficar um pouco acima da média em áreas do nordeste e extremo sul do Estado, enquanto as áreas centrais ficam com precipitação entre normal a ligeiramente abaixo da média.  Em fevereiro, a tendência é de precipitação pluvial entre a normal a ligeiramente abaixo da média em todo o Estado. E para o mês de março a projeção é de precipitação pluvial irregular, com áreas ligeiramente acima da média (norte e extremo sudeste) e áreas ligeiramente abaixo da média (oeste-sudoeste).

Temperatura

De acordo com o boletim, em relação às temperaturas do ar, o trimestre deve ter temperaturas do ar próximas ou ligeiramente acima da média na maior parte do Estado, porém com grande variação térmica, mantendo os períodos de picos de calor com algumas entradas de ar frio. 

Em janeiro, há tendência de temperaturas ligeiramente acima da média em todo Estado. Em fevereiro, podem ocorrer anomalias negativas de temperaturas no sul do Estado, perto da média no restante das regiões e ligeiramente acima da média na parte norte. Em março, a maior parte do Estado deve ficar com temperaturas acima da média, exceto o extremo sul-sudoeste do Estado que deve ter temperaturas próximas da média.

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Orientações técnicas para a agricultura

A pesquisadora do Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Fruticultura (CEFRUTI), Amanda Junges, que participa da elaboração do boletim, reforça as recomendações para fruticultura presentes no boletim. Ela destaca a importância da manutenção da cobertura do solo, assim evitando perdas de solo e água, dado o histórico de variabilidade da precipitação pluvial no Estado.

Como estratégia para minimizar riscos, ela aconselha investir em sistemas de irrigação e armazenamento de água ao longo do ano e irrigar sempre que necessário e possível, porém monitorando as culturas quanto a real necessidade/quantidade de água a ser aplicada.

Amanda também destaca que em janeiro será lançado o Boletim Agrometeorológico da Serra Gaúcha, com recomendações específicas para videiras. Será uma publicação conjunta do CEFRUTI e Embrapa Uva e Vinho. Veja abaixo algumas orientações do Boletim Copaaergs por culturas:

Milho

  1. Escalonar a época de semeadura e utilizar cultivares de ciclos diferentes na
    implantação da segunda safra;
  2. Para reduzir a competição por água no solo, evitar semeadura com altas densidades
    de plantas;
  3. Fazer adubação em cobertura quando o solo apresentar umidade adequada ou
    quando houver previsão de ocorrência de precipitação pluvial;
  4. Reservar água para irrigação, priorizando os períodos críticos da cultura: floração e
    enchimento de grãos;
  5. Se houver demanda por alimentação animal, poderá ser realizada semeadura de
    milho para obtenção de silagem;
  6. Atentar para o monitoramento da cigarrinha do milho, realizando o controle
    conforme orientação técnica.

Soja

  1. Nas semeaduras tardias, utilizar, preferencialmente, cultivares de ciclo longo, e
    respeitar o Zoneamento Agrícola de Risco Climático;
  2. Se houver disponibilidade de água para irrigação, destiná-la, preferencialmente, ao
    período de floração e enchimento de grãos;
  3. Atentar para o controle de doenças, especialmente a ferrugem asiática,
    principalmente em períodos com temperaturas amenas e alta umidade do ar e/ou
    molhamento foliar. Informações sobre o monitoramento da doença no Rio Grande do
    Sul podem ser obtidas em http://www.emater.tche.br/site/monitora-ferrugemrs/home#mapas
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Hortaliças

  1. O prognóstico de precipitação próxima ou abaixo da média requer atenção quanto à
    necessidade de irrigação, que deve, preferencialmente, ser realizada via sistema de
    gotejamento, que apresenta melhor eficiência de uso da água;
  2. Mediante o prognóstico de temperaturas do ar próximas ou ligeiramente acima do
    padrão climatológico recomenda-se proceder ao manejo de abertura de laterais em
    ambientes protegidos (túneis e estufas), o mais cedo possível, evitando aumento
    excessivo da temperatura do ar no período diurno no ambiente interno dos abrigos;
  3. Se possível, usar telas sombreadoras ou refletoras sobre o dossel de plantas para
    reduzir a incidência de radiação solar e, consequentemente, a temperatura do ar
    próxima ao dossel;

Fruticultura

  1. Manter a vegetação de cobertura do solo, espontânea ou cultivada, associado às
    práticas de manejo na linha e na entrelinha, de forma a preservar a umidade do solo e
    evitar processos erosivos, principalmente em áreas com declividade elevada;
  2. Em função do aumento das temperaturas do ar típica do período e da possibilidade
    precipitação que favoreçam o molhamento de folhas/frutos especialmente no mês de
    janeiro, dar atenção para o manejo fitossanitário;
  3. Controlar o excesso de crescimento vegetativo das frutíferas especialmente em
    períodos de maior demanda evapotranspirativa. Realizar poda verde para diminuir a
    demanda hídrica e promover maior aeração e insolação no dossel vegetativo;
  4. Em caso de ocorrência de danos por granizo, intensificar o manejo fitossanitário e
    promover técnicas de recuperação das plantas visando a sustentabilidade da área para
    os próximos ciclos produtivos;
  5. Em pomares jovens, prever a suplementação com irrigação para favorecer o
    estabelecimento das plantas, dando preferência à irrigação por gotejamento;
  6. Em pomares em produção, na possibilidade de irrigar, priorizar métodos de irrigação
    localizados (gotejamento ou microaspersão);
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