Bolsonaro recorre ao TSE para invalidar votos de 250 mil urnas eletrônicas
A defesa do presidente Jair Bolsonaro (PL) entrou com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta terça-feira (22), pedindo que os votos de 279 mil urnas eletrônicas utilizadas no segundo turno das eleições deste ano sejam invalidados, as informações são do Jornal Gazeta do Povo.
Segundo o documento, uma auditoria independente realizada a pedido do Partido Liberal constatou que urnas de modelos antigos apresentaram um número idêntico de LOG – arquivo que registra todas as atividades durante o funcionamento da urna – quando cada máquina deveria apresentar um número individualizado de identificação.
Uma coletiva de imprensa com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que acontece neste momento, em Brasília, deve trazer mais detalhes sobre a representação e a argumentação defendida pelo partido. O pedido de Bolsonaro significa invalidar os votos de 59,2% do total de urnas eletrônicas usadas na votação deste ano pela Justiça Eleitoral.
Segundo a ação, os modelos de 2009, 2010, 2011, 2013 e 2015 das urnas apresentaram “problemas insanáveis de funcionamento, com destaque à gravíssima falha na individualização de cada arquivo LOG de urna e sua repercussão nas etapas posteriores, tais como o Registro Digital do Voto (RDV) e a emissão do Boletim de Urna (BU), e, consequentemente, na ausência de certeza quanto à autenticidade do resultado da votação”.
A auditoria do PL foi iniciada em julho, por pressão do presidente Jair Bolsonaro, e tinha como objetivo inicial verificar se procedimentos de segurança e a gestão da área de tecnologia do TSE seguem as normas vigentes e as melhores práticas da área. Em setembro um resumo de duas páginas, com as conclusões do trabalho, foi divulgado por parlamentares do partido. Apontava 24 falhas, como descumprimento de regras oficiais, tecnologias deficientes para certificação digital dos votos, risco de quebra do sigilo, além de problemas de governança.