Artesãs locais são homenageados no Termas e Longevidade

Dia do Artesão

A data estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para comemorar o Dia do Artesão, 19 de março, está ligada à tradição cristã, escolhida em homenagem a São José, o padroeiro da categoria. José era carpinteiro e pai de Jesus Cristo, que herdou o ofício, na época praticado apenas manualmente.

O artesanato

O artesanato é muito mais do que uma fonte de renda. É visível nas histórias dos artesãos que a criação é sempre parte de uma integração com a comunidade, entre as pessoas e entidades, entre os vizinhos e gente que quer deixar o mundo colorido, bonito, aquecido ou até mais aconchegante.

O artesanato que hoje conhecemos se aprimorou, muito em função do resgate do patrimônio imaterial. Esta cultura feita à mão é uma forma de conexão, principalmente com os demais artesãos locais.

As homenageadas

Para honrar e agradecer as criações e contribuição para a manutenção da cultura viva, o Roteiro Termas e Longevidade promove uma singela homenagem às artesãs locais.

Muitas facetas em uma só pessoa. A artesã Janete Sivieiro Lemos, de Cotiporã, assim como a maioria das mulheres, acumula funções em sua jornada. Além do trabalho formal, ela cuida da família, é coordenadora da Pastoral da Pessoa Idosa e atende no Bazar da Solidariedade. Atualmente, suas criações em tricô, especialmente meias e casaquinhos de bebês, podem ser encomendadas, e algumas peças estão disponíveis na Casa do Artesão, localizada junto à sede da Secretaria de Turismo de Cotiporã.

Eliana Schneider, artesã de Nova Prata, conta que sua mãe tinha uma confeitaria e sempre a incentivava a seguir o mesmo caminho. A convite da Secretaria de Turismo, em 2012, ela expôs, pela primeira vez, seus biscoitos natalinos em um evento da cidade. Quando se aposentou, inspirada pelo projeto “Pulando Janelas”, da Atuaserra, que conheceu quando era professora, decidiu passar a viver dos biscoitos. Na época, a filha, que morava em São Paulo, veio passar as férias com a família e se encantou pelas criações, a ponto de largar tudo para trabalhar com a mãe. “É um trabalho bem delicado, requer muito estudo. O que a gente gosta mesmo é de fazer biscoitos e aliar isso à nossa cultura, que tem referências italianas, alemãs e polonesas”, conta Eliana. Nesta semana, a artesã lançou uma criação especial de Páscoa: um biscoito de coelho que também é um jogo da velha, perfeito para alegrar a criançada e se divertir. Encomendas podem ser feitas pelo Instagram @biscoiteriaartesabor.

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Superados dois anos de pandemia, as estudantes Isabelly Dalagnol e Manuela Pavan Balbinot, de Protásio Alves, com 12 e 11 anos atualmente, encontraram no fechamento das escolas e estabelecimentos a oportunidade para aprender algo novo. Com ajuda da avó Teresinha e tutoriais da internet, começaram a confeccionar cachepôs, com fios de malha. Juntas, elas começaram a vender as criações para amigos, via Instagram (@manuisaatelie) e na Casa da Cultura de Protásio Alves. As protásio-alvenses Manu e Isa seguem fazendo arte e enviam suas criações para todo Brasil.

O retorno às criações e aos trabalhos manuais também é motivo de alegria. Santina Abech Mossi, artesã de Veranópolis, conta que, aos 16 anos, ensinada por uma tia, começou a fazer suas primeiras criações, na época, com crochê. A vida adulta exigiu mais compromissos, e ela trabalhou no comércio, deixando a atividade por um tempo. “É muito bom, me tira o estresse, tenho amizades e aprendo coisas diferentes. Já fazem uns 12 anos que estou no grupo”, Santina comenta, sobre sua participação na ARTEVE. Ela conta que, por estar aposentada, encontra mais tempo para criar, fazendo crochê, dressa (trança com a palha de trigo), toalhas, bicos e contornos, e, recentemente, começou a trabalhar com patchwork. Os artesanatos estão disponíveis para compra na sede da Associação dos Artesãos de Veranópolis, localizada junto à Casa Saretta, e atende pelo número (54) 3441-7695.

Em Vila Flores, Dona Alda Maria Dalla Libera Rui, de 83 anos, conta que faz seu trabalho com muito amor e que vê esta arte como um dom, que ela utiliza para passar o tempo, devido às limitações de saúde. O marido, Isidoro, com quem divide a vida há 66 anos, a ajuda semeando o trigo, colhendo e preparando a palha. O ofício com a palha iniciou aos 17 anos de idade; Alda criava chapéus e “sportas” (bolsas) para a família. Mãe de 5 filhos, Dona Alda é uma das fundadoras da Casa da Cultura Pietro Christianetti e da Associação dos Artesãos de Vila Flores, sempre muito presente e ativa na comunidade.

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A microrregião Termas e Longevidade foi criada em 1997, por iniciativa da Instância de Governança Regional Uva e Vinho, a Atuaserra, e hoje comporta empreendedores, poder público e lideranças locais dos municípios de Cotiporã, Nova Prata, Protásio Alves, Veranópolis e Vila Flores.

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