Brasileiros que conseguiram deixar a Ucrânia desembarcam em São Paulo

Um grupo de 40 brasileiros que estava na Ucrânia conseguiu sair do país que está sob ataque da Rússia desde o dia 24 e desembarcou na manhã desta terça-feira (1º) no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na região metropolitana.

Para escapar da guerra, eles fizeram um trajeto de trem até a Romênia, onde conseguiram voo para retornar ao Brasil.

Segundo afirmou à uma emissora de TV Maria Laura da Rocha, embaixadora do Brasil na Romênia, o grupo embarcou, na tarde da segunda (28), em um voo da Air France na cidade de Bucareste.

Entre os passageiros estão jogadores de futebol do Shakthar Donetsk (Júnior Moraes, naturalizado ucraniano, que corria o risco de ser convocado para a guerra, Dodô, Pedrinho, Fernando, Marco Antônio, Gustavo e Vitão, além do fisioterapeuta do Shakhtar, Luciano Rosa) e do Dínamo de Kiev (Vitinho e o uruguaio Carlos Dapena).

O Shakhtar tem sede em Donbass, no Leste da Ucrânia, uma área controlada por separatistas apoiados pelo presidente russo Vladimir Putin.

Os atletas estavam abrigados num bunker em um hotel de Kiev e embarcaram de trem rumo à cidade de Chernivtsi, no Oeste da Ucrânia. Lá pegaram outro trem para a Romênia. A saída de Kiev de trem foi uma solução proposta pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o Itamaraty. A Federação Ucraniana de Futebol fez uma escolta para assegurar a segurança do grupo até a estação de trem.

Brasileiros que “ficaram para trás”

Os brasileiros que permanecem no hotel no Centro de Kiev, na Ucrânia, à espera de resgate para sair do país deveriam ter deixado o local na manhã desta segunda-feira (28). Segundo o engenheiro de Coqueiral, Sul de Minas, David Abu-Gharbil, já há um plano de fuga sendo feito com a embaixada brasileira. Há um toque de recolher na cidade que começou no início da noite de sábado e vai até a manhã desta segunda-feira.

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O mineiro David Abu-Gharbil e mais dois amigos, os jogadores de futsal Jonatan Bruno Santiago, de 30 anos, de Santa Catarina e Matheus Ramires, do Rio Grande do Sul, estavam desde sexta-feira (25) no hotel com um grupo de mais 50 brasileiros, entre familiares e jogadores do Dínamo e do Shakhtar Donetsk.

No entanto, na tarde de sábado (26), os jogadores deixaram o hotel e os três brasileiros ficaram para trás.

“Ficou eu, um jogador e mais um brasileiro. Só ficou a comissão técnica deles, que são todos italianos. Foi todo mundo embora. A gente estava o tempo todo junto, e eles simplesmente esqueceram da gente e foram embora”, relatou Jonatam Santiago.

Além dos três brasileiros, há um outro amigo deles que está em um bairro de Kiev, a cerca de 30 quilômetros do hotel. Ele não chegou a ir para o local porque foi parado pelo Exército ucraniano e foi orientado a voltar para casa. Segundo o mineiro David, os amigos não vão deixar ninguém para trás.

“Tem outro amigo nosso brasileiro, o Rony. Nós combinamos que ninguém vai sair deixando alguém para trás, nós vamos todo mundo embora daqui, começamos em quatro, vamos nós quatro até o final, ninguém vai ficar para trás.

Assim que o plano de fuga for executado, os brasileiros devem pegar um trem que irá para Chernivtsi, cidade no oeste do país, a 535 km da capital ucraniana, nas proximidades das fronteiras com a Romênia e a Moldávia.

Conflito

A Rússia iniciou uma operação de invasão da Ucrânia na madrugada da última quinta-feira (24). Desde então, os brasileiros passaram dias de angústia até conseguirem deixar o país.

O Ministério das Relações Exteriores informou neste domingo (27), em nota, que 80 brasileiros já deixaram a Ucrânia e foram para países fronteiriços. Ainda, segundo o Itamaraty, cerca de 100 brasileiros registrados na embaixada do Brasil em Kiev ainda estavam em solo ucraniano. A reportagem não conseguiu entrar em contato com o órgão nesta terça (1º) para atualizar esse número.

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A Rússia exige que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) interrompa sua expansão em direção ao leste. Putin disse considerar inaceitável a filiação da Ucrânia à aliança militar comandada pelos Estados Unidos.

Segundo Putin, a Rússia se viu sem escolhas a não ser se defender contra o que ele classificou como ameaças da Ucrânia – um estado democrático com uma população de 44 milhões de pessoas.

Informações Portal O Sul.

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