Caminhoneiros dizem que greve está mantida e que congelamento do ICMS é “paliativo”
Às vésperas da greve dos caminhoneiros, marcada para esta segunda-feira, 1º, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) aprovou o congelamento do valor do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado nas vendas de combustíveis por 90 dias.
O objetivo é tentar controlar o aumento dos preços, já que neste ano a gasolina acumula alta de 74% e o diesel de 65%. Lideranças da categoria, no entanto, afirmam que a medida é “paliativa” e que a paralisação deve ser mantida.
“A situação do congelamento é que nem aquela paliativa que ele [Jair Bolsonaro] arrumou para tirar dois meses de imposto federal. Depois de dois meses volta tudo ao normal e não resolveu o problema. Nós queremos uma solução definitiva, e não paliativa”, afirma à Revista Fórum José Roberto Stringasci, da Associação Nacional de Transportadores do Brasil.
Presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como Chorão, diz que o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) vai precisar encontrar “outra pessoa para culpar”.
Para justificar os aumentos da gasolina, até o momento ele colocava a responsabilidade em cima dos governadores, informando que a alta se deve ao ICMS.
“Eu vejo que o presidente vai ter que procurar outro para culpar. Esse é um projeto do consórcio dos governadores, que estava em estudo, mas nesse exato momento não refresca nada nos preços. Os governadores estão fazendo a parte deles e agora o governo federal vai ter que fazer a parte dele”, cobra Chorão.
O representante da categoria afirma que é necessário mudar a política de preço de paridade de importação (PPI), adotada pela Petrobras, e propõe a política de preço de paridade de exportação (PPE), baseada exclusivamente em custos nacionais.
“Ele [Bolsonaro] queria que os governadores fizessem a sua parte e eles fizeram. Agora vai ter que chamar o seu super ministro, a Petrobras e ver o que pode fazer. Vamos lutar pela nossa sobrevivência, temos nossas demandas paradas”, diz.