Veranense passa seu primeiro dia dos pais na UTI com o filho que se recupera de uma cirurgia
A experiência do veranense Juliano Anzolin Tessaro com a paternidade é ímpar. Pai do Théo, de apenas 25 dias, trava diariamente uma luta pela vida de seu pequeno, que possui cardiopatia congênita, uma doença rara, diagnosticada ainda na gestação. Nesse menos de um mês de vida, o jovem já passou por uma cirurgia e encontra-se em unidade de terapia intensiva, para recuperação. Se autodenominando como um “pai de UTI”, Juliano e sua esposa, Daiana, estão morando em Porto Alegre para ficar perto do bebê, que está internado no Hospital da Criança Santo Antônio.
Da notícia ao nascimento
Após cerca de um ano de relacionamento, a realização de um sonho: Daiana estava grávida. A criança tão esperada chegou e era hora de deixar tudo pronto para sua vinda. A euforia, porém, se transformou em preocupação na 23ª semana de gestação, quando o casal descobriu, por meio de um exame pré-natal, que o pequeno Théo possuía cardiopatia congênita hipoplasia do coração esquerdo, ou seja, o lado esquerdo do coração, incluindo a cavidade cardíaca inferior (o ventrículo esquerdo), as válvulas cardíacas (válvulas mitral e aórtica) e a aorta, não se desenvolveriam por completo.
– Por ser algo tão raro, a primeira coisa que se acha é que a criança não vai sobreviver. Mas depois, estudando e procurando saber sobre o assunto, a gente começou a ter esperanças – conta Juliano.
Com acompanhamento próximo, os pais descobriram que ao nascer, o menino precisaria fazer uma cirurgia, a qual terá que ser repetida aos seis meses e três anos. Por saberem de forma prévia do fato, o casal se preparou, se mudou temporariamente para Porto Alegre, local onde ficou três semanas antes do Théo nascer, para garantir que estaria na capital quando o pequeno chegasse ao mundo.
Tanto o parto como a cirurgia foram um sucesso. Théo, diariamente se recupera e evolui o quadro, estando os pais esperançosos para sua alta.
Ser pai
A paternidade é um misto de sentimentos para Juliano. Por conta do Théo estar na UTI, o contato entre ambos ainda é muito limitado, porém o amor, já é perceptível. Sendo um “pai de UTI”, como se autodenomina, ele afirma que a felicidade de tê-lo se mistura ao medo e apreensão pelas condições de saúde. Com rotinas de plantão junto ao jovem, em que 12 horas permanece o pai e 12 horas a mãe, no hospital, o cansaço se mistura a alegria de o ter por perto.
Pai “de primeira viagem”, Juliano, junto a sua esposa, vive intensamente a relação com seu filho, tendo a certeza de que todo o esforço possível está sendo feito para garantir que o ainda frágil coração de Théo nunca deixe de bater.