Justiça nega novo exame de insanidade mental e autor de chacina em creche de SC será ouvido

Segundo o Portal ND+, o jovem de 18 anos, autor da chacina na creche Pró-Infância Aquarela, em Saudades, no Oeste de Santa Catarina, será ouvido no dia 24 de agosto. O interrogatório ocorrerá após o Poder Judiciário ouvir seis vítimas e 23 testemunhas de acusação.

A decisão foi assinada nesta quarta-feira (23) pelo juiz da Vara Única da comarca de Pinhalzinho, Caio Lemgruber Taborda. O jovem é acusado pela morte de cinco pessoas, entre elas três bebês com menos de dois anos e por outras 14 tentativas de homicídio.

A primeira audiência de instrução e julgamento acontecerá no dia 5 de agosto. Seis vítimas e nove testemunhas contarão suas versões do ocorrido. No dia 24 de agosto, outras 14 testemunhas serão ouvidas.

Por fim, o acusado do ataque falará via internet, da sala passiva do Presídio Regional de Chapecó, onde é mantido desde a data do crime. Vítimas e testemunhas devem participar, preferencialmente, de maneira presencial em seus interrogatórios.

Exame de insanidade mental é negado

A defesa ainda não arrolou as testemunhas e solicitou, novamente, a realização de exame de insanidade mental do acusado. O magistrado concordou com o parecer desfavorável do Ministério Público de Santa Catarina e indeferiu o pedido.

Taborda considerou que “[…] o fato da defesa sustentar que o acusado […] trata-se de uma pessoa mentalmente ‘doente’ não possui o condão, por si só, de embasar o deferimento da instauração do incidente de insanidade mental, especialmente porque não foi apresentado sequer um laudo médico, exame, demonstração de ingestão de medicamento ou qualquer outro documento que demonstre que o acusado tenha sido internado ou submetido a tratamento/acompanhamento em razão de algum distúrbio mental”.

Para ele, até o momento, o acusado demonstrou possuir plena consciência da ilicitude de seus atos, tanto que planejou com antecedência o crime, inclusive estudando o local, horário, fragilidade das vítimas e nocividade que as armas causariam no corpo humano.

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“Além disso, após a prática delitiva, o acusado realizou alguns questionamentos sobre quantas vítimas havia lesionado, se permaneceria muito tempo na prisão, e ainda afirmou à Autoridade Policial ser errado atentar contra a vida de crianças”, reiterou o juiz em sua decisão.

Relembre o caso

O jovem de 18 anos invadiu a escola Infantil Pró-Infância Aquarela na manhã do dia 4 de maio. Armado de duas facas, estilo de adaga, ele desferiu golpes contra uma professora e uma agente educacional. Quatro crianças menores de 2 anos também foram feridas por ele. Três morreram.

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