Polícia diz que criminoso que matou crianças em creche sofria bullying e maltratava animais

A Polícia Civil busca descobrir as motivações que levaram um jovem de 18 anos a matar cinco pessoas – três crianças e duas professoras – em um ataque a uma escola infantil, em Saudades, Santa Catarina. Em entrevista coletiva, o delegado responsável, Jerônimo Marçal Ferreira, reiterou que os fatos seguem em apuração, mas “começou a traçar um perfil” do autor do ataque. “Pelas informações que colhemos até aqui, o que temos é que era um rapaz problemático, vinha enfrentando bullying na escola, maltratava animais, era introspectivo”, contou.

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“Um perfil que já não é mais tão incomum, o jovem que se tranca no quarto e a família não sabe o que ele está fazendo no computador. Ele tinha alguns problemas dentro de casa e, de acordo com familiares, não queria mais ir para a escola”, revelou em entrevista com as autoridades de segurança nesta terça-feira. “A Polícia encontrou 11 mil reais em espécie com ele. Ele trabalhava em uma empresa na cidade, a família explicou que o dinheiro era dele, que não saía muito e estava guardando”, acrescentou.

O delegado afirma que até o momento todos as análises indicam para uma ação com motivação solitária e sem conhecimento de ninguém. “Não se abria, era quietão, não tinha celular, não tinha namorada. Se afastou dos poucos amigos que tinha nos últimos dias. Ninguém da família imaginava que ele ia fazer isso. Inclusive, as informações dão conta de que ninguém sabia e ninguém ajudou”.

Sobre as armas – uma faca e uma espada katana – o chefe da investigação revelou que elas foram compradas recentemente pelo jovem. “Inclusive, a irmã dele perguntou o que ele iria fazer com as armas e ele disse, em tom de brincadeira, que era para maltratar um animal que ela tinha em casa”, pontuou. “Foram duas armas brancas, uma maior e uma menor. O Instituto Geral de Perícias nos passou que ele usou a maior, a outra tinha com ele, mas não chegou a ser utilizada”.

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O delegado garantiu que a Polícia Civil seguirá com a investigação pelos próximos dias e antecipou os próximos passos. O computador do adolescente foi apreendido e será analisado. “Não temos informações de ligação dele com as crianças da escola atacada. Não tinha passagem, não era conhecido pela Polícia”.

O autor do ataque tentou tirar a própria vida, mas não conseguiu e foi levado ao hospital. Ele foi transferido com escolta para Chapecó e está hospitalizado. Segundo as autoridades, ele não corre mais risco de vida.

Assista a coletiva de imprensa na íntegra

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