Mais do que números, vidas: famílias de Veranópolis rememoram pessoas que faleceram por conta da covid-19

Nesta semana, Veranópolis chegou a fatídica marca de 40 óbitos em decorrência da covid-19

Veranópolis, nesta semana, ultrapassou a fatídica marca de 40 óbitos em decorrência da covid-19. Mais do que apenas falecimentos, esse marco representa vidas perdidas, histórias interrompidas e famílias enlutadas. Após a partida, o que fica são as lembranças, o legado, as histórias, as contribuições, as vivências e as saudades. Tudo isso é rememorado com muito pesar e sensibilidade pelos parentes que perderam seus entes queridos.

Esse sentimento pode ser exemplificado por três famílias veranenses, as quais perderam Albina Rigo Marson, de 88 anos, Lucindo Mezadri, de 78 anos e Domingos Duz Netto, de 80 anos. Além da tristeza da partida, porém, ficam para os familiares o orgulho de ter vivido com essas pessoas, que representaram tanto para a comunidade.

Albina Rigo Marson, 88 anos

Natural de Fagundes Varela, ela teve seis filhos, dos quais cuidou com muito zelo, principalmente após o falecimento do marido, que ocorreu precocemente. Idosa muito ativa, era querida pela família e vizinhos, que a admiravam. Uma pessoa de muita fé e devoção, sempre acompanhava as missas e orações, seja de forma presencial, ou pelo rádio e TV. Orar pelos filhos, netos e bisnetos era sua forma particular de cuidar e expressar amor. Apegada a sua família, queria ver todos sempre unidos.

Após contrair o vírus e apresentar agravamento, no mês de março, precisou ser internada no Hospital São Peregrino Lazziozi. Neste momento, o desespero tomou conta dos familiares.

– É muito difícil lembrar do momento de sua internação. Ela estava bem, sua piora foi repentina e muito rápida. Acompanhei todos os dias em que esteve na sala de emergência. Tínhamos muito a esperança de ela recuperar-se. Era uma idosa forte, de boa saúde. E suas palavras eram de confiança e certeza de que tudo ficaria bem – afirma a neta, Fabiane Parise.

Após sua partida, o que fica para a família são as lembranças de dias felizes e alegres ao lado de Albina, que era sinônimo de amor e fé.

– Guardo lembranças dos últimos anos levando ela para as missas da novena de Nossa Senhora de Lourdes, a última em 2019. São esses momentos bons que nos traz alento ao coração e a certeza que hoje ela estará bem – reforça a neta.

Lucindo Mezadri, 78 anos

Natural de Cotiporã, era muito trabalhador. Em sua trajetória morou em Fagundes Varela e em Veranópolis, sempre correndo atrás do sustento e trabalhando muito. Ao longo dos anos foi agricultor, atuou em empresas, foi motorista de caminhão e vigia. Esteve, também, no Colégio Agrícola da cidade e era muito presente no CTG do município. Em ambos os locais era querido por todos.

– Ele tinha muito carinho pelos alunos da escola. E muitos ainda se lembram do “Seu Mezadri” que cuidava das plantações e dirigia o trenzinho – afirmam familiares.

Lucindo era destaque, também, no futebol. Segundo parentes, nos campos, possuía a mesma garra que quando trabalhava. Foi titular do Botafogo, de Fagundes Varela, o que lhe trazia muito orgulho. Além de todos esses elementos que faziam parte de sua vida, ele tinha uma outra paixão: ver a família reunida. Segundo os filhos, era ele mesmo que escolhia as carnes e assava o churrasco nos finais de semana. Após a partida, ficam as lembranças de momento alegres e vivências.

– Foi um homem honrado e trabalhador […] os domingos não serão mais os mesmos – afirmam familiares.

Ele faleceu no dia 25 de julho, após ser hospitalizado por conta da covid-19.

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Domingos Duz Netto, 80 anos

Natural de Fagundes Varela, permaneceu na cidade por 50 anos, onde formou sua grande família, com quatro filhos, cinco netos e dois bisnetos. Vivia uma vida simples, honrada e de muito trabalho. Há 20 anos, porém, mudou-se para Veranópolis, cidade onde vivenciou sua esperada aposentadoria. Domingos gostava de jogar cartas, pescar e cuidar da sua horta.

Após contrair o vírus e travar uma grande batalha contra a doença na UTI, faleceu no dia 14 de fevereiro. Para a família, permanecem as lembranças de um homem forte, trabalhador e muito querido.

– A saudade para a família será eterna, mas fica a certeza que um dia vai haverá o reencontro – afirmam os parentes

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