Mar causa estragos e invade ruas no Litoral Norte
Segundo a Metsul Meteorologia, a forte ressaca do mar com maré de tempestade (storm surge) associada a um intenso ciclone extratropical no Atlântico Sul seguiu neste sábado com maios problemas no litoral do Rio Grande do Sul. Mais uma vez a região mais afetada foi o Litoral Norte, onde o avanço do mar em algumas praias foi até maior que na véspera a ponto de as águas invadirem as ruas em alguns balneários em áreas não protegidas por dunas. Os bombeiros chegaram a alertar a população para evitar a praia pelos riscos e em Torres foram ao ponto de interditar a praia da Guarita.
Os estragos na beira da praia foram significativos. Depois de destruir treze guaritas de salva-vidas na faixa de areia na praia do Cassino, no Litoral Sul, na quinta-feira, a intensa ressaca do mar destruiu mais de uma dezena de guaritas em praias como Capão da Canoa, Atlântida e Xangri-lá. Houve danos ainda para a estrutura do calçadão da orla em Capão.
O avanço do mar teve como maior prejuízo, entretanto, os quiosques. Diversos pontos de venda instalados na faixa de areia foram destruídos em Torres, Capão da Canoa, Atlântida e Xangri-lá. De alguns quiosques nada sobrou. Outros foram parar no mar com refrigerados e as mercadorias. O prejuízo apenas em Atlântida e Xangri-lá foi estimado em mais de 100 mil reais.
TEMPO | Maré de tempestade pelo intenso ciclone carregou e destruiu quiosques em Xangri-lá com grandes prejuízos para os comerciantes. pic.twitter.com/duYc02Z6gU
— MetSul.com (@metsul) February 6, 2021
Esta é uma das mais fortes ressacas do mar na história recente do Litoral Norte gaúcho e sem precedentes na memória de uma tão intensa no período de verão. O que faz desta ressaca incomum é a sua força nesta época do ano. Isso porque ressacas ocorrem em qualquer estação, mas costumam ser fortes em episódios no outono, inverno e primavera, mas não no verão.
Os ciclones dos meses mais frios do ano costumam ser intensos, mas não nesta época do ano. Este ciclone de agora foi incomum, ademais, não apenas por ser intenso, mas também por se formar nas latitudes do Rio Grande do Sul e ainda por cima em pleno verão, o que também é incomum. O resultado foi a ressaca atípica em força pra estação. A MetSul Meteorologia, em razão da tendência de formação do ciclone intenso, alertava do risco de forte ressaca do mar e possibilidade mesmo de erosão costeira, o que veio a ocorrer.
A ressaca começa gradualmente a ceder a partir de agira à medida que o ciclone se afasta cada vez para o Sul. A agitação marítima, apesar de seguir, já deve ser menor no Litoral Norte gaúcho neste domingo na comparação com hoje. O banho de mar, entretanto, vai seguir desaconselhado por razoes de segurança.