“Compartilhe a responsabilidade do cuidado conosco”: equipe de saúde de Fagundes Varela emite nota sobre a pandemia

A Equipe de Saúde da UBS de Fagundes Varela, realizou um desabafo, por meio de nota, referente ao momento delicado da pandemia e para esclarece alguns questionamentos da população.

Em forma de pedido pela colaboração da população, os profissionais de saúde reforçam a importância das medidas de segurança, da higiene e do distanciamento para evitar a disseminação do vírus. Além disso, explicam dúvidas latentes da população, principalmente sobre testes. Leia a nota na íntegra:

“Diante de um 2020 onde os profissionais de saúde – de todas as classes – orientam e praticamente imploram para que as pessoas sigam recomendações tão simples, como: lavar as mãos, utilizar álcool gel, usar máscara, evitar contato com outras pessoas, se necessário contato, manter distanciamento e fazê-lo com brevidade, evitar aglomeração ou participação das mesmas, higienizar superfícies de toque, enfim… O que mais temos testemunhado enquanto profissionais da saúde, são pessoas promovendo aglomerações, participando de festas e afins, utilizando máscara no queixo, com nariz exposto, enfim, inúmeras formas de descumprimento das recomendações.

Além disso, desde início desse ano, nós profissionais, das mais diferentes áreas de atuação, clamamos à população que nos ouçam. Não podemos obrigar as pessoas a seguirem as medidas de prevenção e não queremos esse papel. Queremos que cada um faça sua parte, assim como nós cumprimos a nossa, enfrentando os riscos inerentes a nossa atividade laboral. Estamos na linha frente e apesar da exaustão física e emocional, continuamos, persistimos. Nós também estamos cansados, cansados de não ser ouvidos, de repetir orientações que não são consideradas, cansados de nos expor a um risco enorme em prol da coletividade.

O Sistema de Saúde de nenhum local no mundo consegue funcionar de forma eficiente se não houver cooperação e comprometimento do coletivo. Os profissionais da saúde tem prestado assistência qualificada utilizando as ferramentas que possuem e o sistema não é falho, como muitos dizem, o sistema está sobrecarregado. Possuímos uma demanda que cresce assustadoramente e por mais que isso aconteça, algumas pessoas insistem em considerar a existência da pandemia somente quando afeta os seus entes queridos.

Não podemos agir dessa forma. É irresponsável e cruel. E quanto a realização de testes para diagnóstico laboratorial, muitas Unidades de Saúde que fazem parte do Sistema de Saúde Pública realizam testagem de pacientes suspeitos em investigação laboratorial. Isso é a informação que todas possuem. Mas como esses testes são feitos? Porque um faz e outro aguarda? Porque um faz o teste “do nariz” e o outro do “dedo”? Porque não tem teste? Porque demora o resultado? Existe organização? Mais um arsenal de questionamentos que tem perseguido muitos profissionais de saúde e gostaríamos de esclarecer isso também. As Unidades possuem testes sim! E quem define que teste será feito, são os profissionais de saúde que prestam atendimento, após avaliação de sintomas referidos pelo paciente, data de início dos sintomas e avaliação clínica do médico. Quem definiu isso? Uma normativa estabelecida pelo COE/RS – Comitê de Operações Especiais do Rio Grande do Sul. Esse Comitê é formado por profissionais que estão há muito tempo estudando, readequando e elaborando ações para que os profissionais técnicos da linha de frente tenham respaldo em suas ações e garantam ao máximo segurança e eficácia em suas ações.

O serviço público de saúde oferece à população testagem, de que forma? Através da realização de diferentes metodologias:TESTE RÁPIDO DE ANTICORPOS – teste que como próprio nome já diz, detecta presença de anticorpos, ou seja, defesa do nosso organismo. Logo, esse teste deve ser feito preferencialmente no 14º dia do início de sintomas. TESTE RÁPIDO DE ANTÍGENO – teste que detecta presença do antígeno, indicando período ativo da doença e deve ser feito do 3º ao 5º dia de sintomas. TESTE RT – PCR – teste realizado através de coleta, preferencialmente do 3º ao 5º dia de sintomas, sendo enviado e analisado pelo LACEN – Laboratório Central. Ressaltamos que este laboratório recebe a demanda de todo o estado, logo, se aumentam os suspeitos, aumentam as investigações laboratoriais, aumentando as coletas, aumentando as análises e isso tem reflexo na liberação de laudo que acaba levando mais tempo. Ainda em relação ao teste rápido, este tem sido adquirido pelos municípios e assim como descrito anteriormente, se aumentam os casos suspeitos, aumentam as investigações laboratoriais, aumentando as coletas, ou seja, os testes rápidos são utilizados e terminam. Isso tem reflexo nos processos necessários para aquisição dos mesmos, já que as empresas responsáveis não estão conseguindo atender tamanha demanda com as recentes explosões de casos.

Quando um profissional realiza um teste, ele estará com a responsabilidade de diagnosticar laboratorialmente um paciente. Ele está afirmando que este paciente tem ou não o vírus e isso é uma responsabilidade gigantesca. Então, é muito importante que o teste escolhido para este paciente seja compatível com os sintomas que o mesmo apresenta. A metodologia de testagem é definida de acordo com esses parâmetros e durante o processo de investigação laboratorial, tanto paciente quanto os contatos domiciliares deverão permanecer em isolamento domiciliar. Então, se você apresentar sintomas deve procurar o sistema de saúde, mas saiba que os profissionais estão realizando atendimento utilizando as ferramentas necessárias.

Os profissionais não estão agindo de forma irresponsável, se acaso você for recebido em uma Unidade de Saúde e encaminhado para isolamento domiciliar sem a realização de teste laboratorial. Eles estão agindo conforme uma normativa construída e revisada por uma equipe técnica do Estado.Diante de tudo isso, mais uma vez fica o apelo para que a população atenda as recomendações e evitem a disseminação de informações errôneas. Estamos diante de uma pandemia! Não é sobre você, é sobre um todo! Nós, profissionais da saúde, também sentimos falta da socialização, confraternizações, viagens, férias e demais atividades de lazer, porém estamos na linha de frente, testemunhando uma doença que tem uma repercussão ampla na saúde da população. Não negligencie os alertas. O aumento dos casos está sendo observados diariamente. Não espere ter um caso na família para agir de acordo. Compartilhe a responsabilidade do cuidado conosco. Nós estamos aqui por todos! Estejam em casa por nós!”

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