Morador de Veranópolis curado do Coronavírus fala sobre a doença
Nesta segunda-feira (04), Teodoro Paludo, o único caso confirmado de Veranópolis e que, atualmente, já está curado, realizou esclarecimentos sobre a doença, em entrevista à Studio.
Teodoro é caminhoneiro há 30 anos e faz parte do grupo de risco. Quando indagado sobre como contraiu o vírus, ele afirmou que acredita ter acontecido durante uma viagem feita ao nordeste, pois, mesmo durante a viagem já começou a sentir os sintomas.
Uma questão digna de elogios e que foi apontada durante a entrevista, foi o respeito completo de Paludo com o distanciamento social. Ele e sua esposa, que juntos realizaram a viagem a trabalho que durou dez dias, tiveram cuidados durante volta, evitaram todos os tipos de restaurante mantendo apenas contato com os banheiros de postos. Ao chegar em Veranópolis permaneceram em casa, em total isolamento, seguindo as recomendações da secretaria de saúde.
Sobre como foram os sintomas, Teodoro frisou diversas vezes que foram extremamente agressivos. Estes iniciaram com um pouco de tosse, coceira na garganta e, posteriormente, avançaram para febre, muita dor no corpo, perda do paladar e diarreia.
A situação começou a agravar-se no 14º dia, em que ele precisou procurar um médico, já estando com pneumonia e, consequentemente, muita tosse. Em um primeiro momento ele apenas ligou ao médico e, posteriormente, sob orientações procurou seu atendimento. Após isto, foi internado no Hospital São Peregrino Lazziozi, aguardando o resultado do exame, que após três dias, retornou positivo.
Quanto ao tratamento, usou a palavra VIP para caracterizar a equipe do hospital pelo trabalho desenvolvido. Teodoro agradeceu “de coração” a todos os profissionais que dedicaram cuidados.
Quando indagado sobre como foi receber o resultado positivo, Paludo afirmou que a melhor maneira é encarar com naturalidade, proferindo as palavras de forma leve.
Desde a sua volta já contabiliza-se mais de 40 dias que está, junto a sua esposa, em casa, em isolamento total, apenas saindo para ir ao médico. Sobre a importância do distanciamento social, ele afirmou que, a responsabilidade deve estar acima de tudo e completou que todos devem ter os cuidados para não disseminar o vírus.
Quanto a esposa, segundo Teodoro, ela também apresentou os sintomas, mas, felizmente, não teve problemas com pneumonia não necessitando, assim, de atendimento médico. Durante toda a conversa ele ressaltou que o efeito do vírus é muito complicado, caracterizando como uma tortura o período. Apenas após os 40 dias começam a sentir normalidade no seu cotidiano.
Segundo o caminhoneiro, houve muita tortura psicológica por parte da população, apenas pelo fato de ele ter testado positivo. Afirmou que recebeu ligações e comentários em redes sociais de cunho muito desagradável, como questioná-lo de como e quando seria seu enterro.
Em mensagem final, Teodoro falou sobre a importância da classe dos caminheiros e dos profissionais de saúde, que estão trabalhando arduamente neste período. “O inimigo é perigoso, é preciso muito cuidado, coragem e fé para encarar de frente”, finalizou Paludo.