A Serra Gaúcha, reconhecida pela sua relevância na produção de uvas e vinhos, enfrenta um grande desafio de recuperação após os deslizamentos de terra que atingiram cerca de 1.250 hectares em maio deste ano. O governo federal destinou R$ 20 milhões para modernização e execução de ações que promovam a restauração da viticultura local. A prioridade é implementar práticas agrícolas sustentáveis e treinar produtores para reduzir os riscos futuros.
Com início programado para janeiro de 2025, o plano será coordenado por instituições como Embrapa e Emater-Ascar/RS, além de outras entidades públicas e privadas. As ações incluem capacitação em boas práticas agrícolas, manejo florestal e identificação de áreas de risco, tanto para evitar novos deslizamentos quanto para aumentar a eficiência da produção. Técnicas como terraceamento, cobertura do solo e plantio em nível serão difundidas para proteger o solo e os vinhedos.
Os danos às áreas de cultivo foram significativos, com 300 hectares de vinhedos destruídos, segundo a Associação da Comissão Interestadual da Uva. Em muitos locais, toda a camada de terra foi arrastada, restando apenas rochas, o que pode levar até cinco anos para recuperação completa. Além disso, agricultores enfrentam o desafio de retomar a produção em pequenas propriedades, muitas com menos de cinco hectares.
Outra medida considerada essencial é a criação de um sistema de alerta para eventos climáticos extremos, permitindo que produtores deixem áreas de risco a tempo de preservar vidas. Embora a perda econômica seja grave, lideranças do setor enfatizam que a proteção da vida humana é a prioridade máxima nesse processo de reconstrução da viticultura na região.