Residentes do Hospital Tacchini destacam abordagem inovadora para vasculite associada à dengue
No final de outubro, as residentes em Pediatria do Hospital Tacchini marcaram presença no 41º Congresso Brasileiro de Pediatria, realizado em Florianópolis. Durante o evento, as médicas em especialização apresentaram um estudo de caso de uma paciente de 13 anos diagnosticada com dengue e uma rara complicação de vasculite. O trabalho foi conduzido pelas médicas Angela Cagol, Suelen Menegotto e Laura Rigo, em colaboração com Letícia Koslowski Simões (Univates) e Eduarda Cagol (UCS).
A importância do estudo
“Estudos de caso, como o apresentado pelas residentes do Hospital Tacchini, têm um papel crucial em congressos médicos, pois documentam e compartilham informações detalhadas sobre situações clínicas específicas e raras. Essas pesquisas possibilitam que médicos de diferentes regiões e especialidades discutam o tratamento de casos incomuns, expandindo as opções terapêuticas disponíveis”, avalia a Dra. Simone Caldeira Silva, coordenadora da Comissão de Residência Médica (Coreme) do Tacchini.
Neste caso, o estudo destacou a possibilidade do uso de corticoides em infecções de dengue que evoluem para vasculite, contribuindo para o manejo clínico de pacientes com sintomas semelhantes.
Detalhes do caso
O estudo relata o caso de uma paciente que chegou à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com febre, dores nas pernas e dor na região do cóccix, além de hematomas nos membros inferiores, náusea e falta de apetite. Exames laboratoriais iniciais levantaram a suspeita de dengue, confirmada posteriormente por exames complementares.
A evolução clínica apresentou particularidades que indicavam um quadro atípico: manchas avermelhadas nos membros inferiores, dor intensa dificultando a mobilidade, e alterações significativas na circulação e queimação nos tornozelos no segundo dia de internação. Esses sintomas levantaram a hipótese de uma vasculite secundária à dengue, uma resposta inflamatória rara causada pela precipitação de complexos imunes nas paredes dos vasos sanguíneos.
Tratamento e resultados
Para tratar o caso, foi administrado prednisona, um corticoide que demonstrou resultados positivos em apenas 24 horas, com melhora significativa da dor e do quadro inflamatório. Essa abordagem permitiu que a paciente recuperasse a mobilidade rapidamente, sugerindo um novo protocolo de tratamento para complicações similares.
“A apresentação no Congresso Brasileiro de Pediatria foi um marco para o Hospital Tacchini, evidenciando o compromisso da instituição com a pesquisa científica e o desenvolvimento profissional dos seus médicos residentes. A contribuição dos residentes não só abre novos caminhos para o tratamento de complicações raras da dengue, como também inspira outros profissionais a buscarem soluções inovadoras e colaborativas para desafios clínicos complexos”, conclui a Dra. Simone.