Na manhã desta sexta-feira (20/12), a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP) de Canoas, coordenada pela Delegada de Polícia Graziela Zinelli, cumpriu mandado de prisão preventiva de uma mulher suspeita de ser a mandante da execução de seu ex-companheiro, um homem transgênero. O crime ocorreu em 07/12/2024, quando a vítima foi atingida por quatro disparos de arma de fogo em frente à residência de sua mãe, no bairro Niterói, em Canoas. O autor dos disparos foi preso em flagrante na mesma noite.
Além da prisão, mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos endereços relacionados à suspeita.
Trama marcada por ameaças e um segredo envolvendo um bebê
De acordo com a investigação, a suspeita, que é conhecida como “Mãe de Santo” e possui mais de 140 mil seguidores em redes sociais, manteve um relacionamento amoroso com a vítima por cerca de oito meses. A relação foi marcada por desentendimentos, com a mulher registrando uma ocorrência policial de violência doméstica contra o ex-companheiro. A motivação do crime teria sido uma ameaça da vítima de divulgar um segredo comprometedor da suspeita.
As autoridades revelaram que o casal teria fraudado o registro de um bebê, supostamente comprado pela dupla. O registro foi feito como se ambos fossem pais biológicos da criança. A Delegada Graziela Zinelli explicou que o bebê nasceu em outubro, e a mãe biológica teria usado documentos falsos para se passar pela suspeita ao dar entrada na maternidade, facilitando a fraude no cartório.
A emboscada e a execução
Na noite do crime, a suspeita combinou com a vítima que enviaria um carro de aplicativo à residência da mãe dele para entregar seus pertences religiosos. Ao ser avisado da chegada do veículo, o homem foi até a frente da casa, onde, pouco depois, uma moto estacionou. Após uma breve discussão entre o motociclista e a vítima, os disparos foram efetuados.
O Delegado Rafael Soares Pereira, Diretor da Divisão de Homicídios da Região Metropolitana, destacou o trabalho inicial da equipe de plantão, que encontrou indícios da participação da suspeita no crime desde as primeiras horas da investigação.
Origem do bebê segue sob investigação
Sobre o bebê envolvido na trama, o Diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, Delegado Mário Souza, afirmou que ainda estão sendo apurados os detalhes de sua origem. Até o momento, sabe-se que a mãe biológica teria vindo de outro estado, possivelmente do norte do país, utilizando documentação falsificada para entrar no hospital. Novas diligências estão em andamento para esclarecer os fatos.
O bebê, com cerca de 60 dias de vida, foi entregue aos cuidados do Conselho Tutelar.