Operação desarticula rede de falsificação de sementes no RS e em mais três estados

Esquema criminoso lesava agricultores com sementes pirateadas de milho e soja

A Polícia Civil realizou, na manhã desta quarta-feira (4), a “Operação Piratas do Agro”, desarticulando uma sofisticada rede de falsificação de sementes de milho e soja que operava em quatro estados: Rio Grande do Sul, São Paulo, Bahia e Minas Gerais. A ação contou com cerca de 120 policiais civis e 15 agentes fiscais agropecuários, expondo um esquema que causou grandes prejuízos ao setor agrícola. O grupo criminoso vendia sementes falsificadas de baixíssima qualidade, apresentadas como de alto rendimento, enganando produtores rurais e cooperativas.

De acordo com as investigações lideradas pela DRACO de São Luiz Gonzaga/RS, o esquema transformava grãos de baixa qualidade, normalmente destinados à ração animal, em produtos visualmente semelhantes a sementes de alto desempenho. As falsificações incluíam sementes, embalagens e documentos fiscais, feitos com auxílio de gráficas, escritórios de contabilidade e especialistas em computação gráfica. Os criminosos revendiam sacas que custavam R$ 100 por até R$ 1.200, gerando lucros exorbitantes.

As operações envolveram buscas em diversas cidades, incluindo fábricas de sacas falsificadas no estado de São Paulo e na Bahia. Após serem embaladas, as sementes eram transportadas para o Rio Grande do Sul e outros estados para revenda. Representantes comerciais, corretores e empresas de fachada atuavam como intermediários, facilitando o golpe. A falsificação de documentos agropecuários era feita em um escritório de contabilidade em São Luiz Gonzaga e por uma profissional da área gráfica de Carlos Barbosa/RS, que também foram alvo de buscas.

O caso veio à tona após denúncias de uma cooperativa local, que percebeu o golpe quando agricultores tiveram suas safras comprometidas por sementes de baixa qualidade. Segundo o Delegado Heleno dos Santos, o esquema se aproveitava da alta demanda por sementes de alto rendimento no setor agrícola para enganar produtores e lucrar com produtos fraudulentos. A operação teve apoio da PRF e de órgãos de fiscalização agrícola, representando um importante golpe contra o crime organizado no setor rural.

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