MPT resgata 163 operários chineses em condições análogas à escravidão na Bahia

Uma força-tarefa do Ministério Público do Trabalho (MPT) resgatou 163 operários chineses nesta terça-feira (23). Eles trabalhavam em uma obra localizada em Camaçari, região metropolitana de Salvador, na Bahia.

Segundo o MPT, os trabalhadores eram terceirizados por uma empresa estrangeira e viviam em condições análogas à escravidão. A inspeção revelou que os alojamentos ofereciam condições precárias: os operários dormiam em camas sem colchão, havia apenas um banheiro para cada 30 pessoas, e a alimentação era igualmente inadequada, com panelas no chão, comida sem refrigeração para o consumo do dia seguinte e água fornecida diretamente da torneira, sem tratamento.

Além disso, os passaportes e parte dos salários dos operários eram retidos pela empresa terceirizada. Cerca de 60% dos salários eram confiscados, e o restante era pago em moeda estrangeira, dificultando o abandono do emprego. De acordo com o MPT, os trabalhadores que tentassem rescindir o contrato antes do período estipulado de seis meses sairiam do país sem receber qualquer valor, pois os custos de caução, passagem de ida e volta eram descontados integralmente, caracterizando confisco total dos rendimentos.

Posicionamento oficial

Após a operação, a empresa responsável pela obra afirmou ter rescindido o contrato com a terceirizada envolvida no caso. Em nota, a empresa declarou: “Reiteramos que não toleramos desrespeito à lei brasileira e à dignidade humana. Diante disso, decidimos encerrar imediatamente o contrato com a empreiteira“.

O caso segue sendo investigado pelas autoridades para responsabilização dos envolvidos e garantia dos direitos dos trabalhadores resgatados.

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