O sapo-cururu que teve sua boca propositalmente colada em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, não resistiu aos tratamentos realizados no Hospital Veterinário da Universidade de Passo Fundo (UPF). Apesar de passar por uma cirurgia e iniciar recuperação, o animal faleceu no domingo, 15 de dezembro, em decorrência do estado crítico no qual foi resgatado. O caso, classificado como maus-tratos, gerou indignação e mobilizou investigações.
Segundo a veterinária Michelli Ataide, o sapo foi encontrado extremamente desidratado e desnutrido, com obstrução no trato digestivo. A demora entre o resgate e o atendimento foi apontada como um fator decisivo para o desfecho trágico. “Se o atendimento tivesse sido realizado mais cedo, o prognóstico seria mais favorável“, destacou a especialista. O anfíbio ainda apresentava dificuldades em se alimentar mesmo após a cirurgia.
A gravidade da situação levou o Ministério Público a abrir um procedimento investigativo. De acordo com o promotor Paulo Cirne, a prática de maus-tratos contra o sapo pode resultar em penalidades mais severas devido à morte do animal. “Estamos trabalhando para que situações como essa sejam punidas com rigor”, afirmou Cirne. O caso soma-se a uma preocupante lista de 97 ocorrências de maus-tratos a animais registradas na cidade em 2024.
O resgate ocorreu após o sapo ser encontrado no quintal de uma residência, tentando desesperadamente acessar um recipiente de água. A situação evidencia o sofrimento causado pelo ato cruel e reacende debates sobre o aumento de crimes contra animais no município. As autoridades locais e organizações de proteção animal têm reforçado a necessidade de conscientização e combate a esse tipo de violência.