Ministério Público pede nova prisão preventiva do “alquimista” na Operação Leite Compen$ado
Químico industrial, já condenado por fraudes em laticínios, descumpre medidas judiciais e continua a atuar clandestinamente, segundo promotores
O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) solicitou, nesta sexta-feira (13/12), nova prisão preventiva do químico industrial conhecido como “alquimista” ou “mago do leite”. Ele foi detido em Taquara na última quarta-feira, durante a Operação Leite Compen$ado 13. O investigado já estava proibido de atuar em laticínios desde 2014, quando foi alvo da Operação Leite Compen$ado 5, mas continuava exercendo suas atividades de forma clandestina.
Segundo os promotores Mauro Rockenbach e Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, o pedido de prisão preventiva se baseia na revogação de uma medida cautelar da Comarca de Teutônia, que permitia ao “alquimista” responder ao processo em liberdade sem uso de tornozeleira eletrônica. Após denúncias, os investigadores descobriram que ele atuava clandestinamente em uma fábrica de Taquara, desrespeitando as restrições judiciais.
Entre as irregularidades, o químico teria aprimorado uma fórmula para mascarar leite vencido ou deteriorado, utilizando soda cáustica e água oxigenada. Além disso, em 2020, ele criou uma empresa em nome da esposa, no setor de propaganda e publicidade, para continuar assessorando e comercializando fórmulas fraudulentas, segundo o MPRS. “Essa atitude demonstra completa e reprovável desconsideração para com as determinações judiciais”, afirmaram os promotores.
Operação Leite Compen$ado 13
Na nova fase da operação, realizada em dezembro de 2024, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão nos municípios de Taquara, Três Coroas, Parobé, Imbé e São José do Rio Preto (SP). Uma funcionária de um laticínio investigado foi presa em flagrante.
As investigações apontaram que o químico industrial fabricava clandestinamente fórmulas para adulteração de leite vencido, utilizando produtos químicos como soda cáustica e água oxigenada. Produtos lácteos como leite UHT, em pó, soro e compostos, fabricados pelo laticínio investigado, eram distribuídos no Brasil e na Venezuela. Ainda foram encontrados indícios de sujeira em embalagens.
Operação Leite Compen$ado 5
A primeira prisão do “alquimista” ocorreu em maio de 2014, durante a quinta fase da operação. Na ocasião, foram cumpridos três mandados de prisão em 10 cidades do Vale do Taquari e Vale do Sinos. Em Imigrante, o químico foi preso pela primeira vez, junto aos proprietários de duas indústrias de laticínios. Eles eram responsáveis por determinar a adição de soda cáustica, bicarbonato de sódio e água oxigenada no leite.
As operações tiveram como alvo os municípios de Teutônia, Arroio do Meio, Encantado, Venâncio Aires, Marques de Souza, Travesseiro, Novo Hamburgo e Cruzeiro do Sul, desmantelando um esquema de fraude que comprometia a segurança alimentar.