O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) alcançou maioria para cassar o mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A decisão preliminar foi embasada em acusações de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante as eleições de 2022. A votação, que já conta com quatro votos desfavoráveis à parlamentar, foi suspensa após um pedido de vistas da juíza Maria Cláudia Bedotti, com previsão de retomada para 2025, após o recesso do Judiciário.
Segundo a denúncia, proposta pela deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Zambelli teria participado de um “ecossistema de desinformação”, promovendo conteúdos que questionavam a legitimidade do processo eleitoral. O relator do caso, Encinas Manfré, destacou que as ações da deputada extrapolaram os limites da liberdade de expressão, configurando incitação à hostilidade contra o sistema democrático e o Poder Judiciário.
O Ministério Público Eleitoral também reforçou o pedido de condenação, argumentando que as ações de Zambelli comprometeram a estabilidade democrática. O procurador Paulo Taubemblatt afirmou que a parlamentar colaborou com a disseminação de incertezas sobre os resultados eleitorais, ferindo o princípio da igualdade entre candidatos. O caso também incluiu referências ao hacker Walter Delgatti Neto, apontado como colaborador em algumas dessas ações.
Em defesa, a advogada de Zambelli, Flavia Cardoso Campos Guth, sustentou que a deputada apenas exerceu sua liberdade de expressão e que as acusações carecem de provas concretas. A parlamentar, por sua vez, afirmou em nota que ainda acredita na reversão do caso e prometeu seguir defendendo seus eleitores. “A Justiça de Deus está agindo e continuará até o fim desse processo”, declarou.