Uma investigação do Ministério Público do Rio Grande do Sul – que já dura 11 anos – trouxe à tona novos desdobramentos de um antigo esquema de adulteração de leite. Desta vez, o foco recai sobre uma empresa localizada em Taquara, a 100 km de Porto Alegre, onde práticas criminosas eram realizadas durante o processamento de leite e derivados.
Um dos sócios da empresa foi preso na última semana em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. Conforme o Ministério Público, ele também é apontado como dono oculto de outra empresa criada para disputar licitações públicas. Esta forneceu produtos lácteos, como leite em pó, para a merenda de escolas e creches em pelo menos sete cidades do Rio Grande do Sul, incluindo Porto Alegre, além de municípios em São Paulo e no Rio de Janeiro.
“Eles encontraram uma fórmula exata, o equilíbrio entre a proporção de soda e o número de litros de leite. Mesmo laboratórios equipados não conseguiam identificar”, explicou o promotor Mauro Rockenbach.
Um segundo acusado, apontado como responsável técnico pelas adulterações, também foi preso. Apesar de estar impedido judicialmente de atuar na área, ele continuava trabalhando como consultor para a empresa, utilizando um contrato em nome de sua esposa para receber pagamentos.
“Essa é a equação: lucro total, ganância e sensação de impunidade. O resultado? O crime compensa neste país”, destacou o promotor.
A investigação revelou irregularidades nos produtos fornecidos para as merendas escolares, levando a reclamações de órgãos como a Secretaria de Educação de São Paulo. O caso levanta sérias preocupações sobre a segurança alimentar em instituições públicas.
O Ministério Público segue ampliando as apurações para identificar possíveis envolvimentos de outras empresas ou estados no esquema.
Com informações do SBT News.