Facções faturam mais que a Ambev com bebidas falsificadas no Brasil

O mercado ilegal de bebidas no Brasil alcançou um faturamento de impressionantes R$ 56,9 bilhões em 2022, superando os R$ 42,6 bilhões obtidos pela Ambev, maior cervejaria do país. A estimativa é parte de um levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), que aponta que 25,7% do mercado nacional de bebidas está na ilegalidade. O impacto vai além das perdas fiscais, que somaram R$ 52,9 bilhões, expondo o domínio de facções criminosas como o PCC e o Comando Vermelho na economia subterrânea.

O estudo também revela uma crescente diversificação das atividades ilegais, com o crime organizado expandindo sua atuação para o ambiente digital. Fraudes em transações como Pix, golpes em maquininhas adulteradas e furtos de celulares movimentaram R$ 71,4 bilhões em 2022. Esse novo perfil de atuação demonstra que, além dos setores tradicionais como contrabando de cigarros e tráfico de drogas, as facções têm apostado em crimes cibernéticos para ampliar seus ganhos.

Entre as diversas atividades que compõem o chamado “PIB do crime organizado”, avaliado em R$ 350 bilhões, a ilegalidade no setor de combustíveis lidera com R$ 61,5 bilhões de faturamento. Outros mercados, como o tráfico de ouro e a produção de fumo, também se destacam como fontes lucrativas para essas organizações. A pesquisa reforça a urgência de medidas eficazes para frear essa escalada, já que novos setores, como o de apostas online, apresentam riscos de maior infiltração.

A ausência de políticas robustas para prevenir o avanço do crime organizado no mercado legal ameaça a economia formal e a segurança pública. Especialistas apontam que o combate a essas práticas exige estratégias integradas que incluam fiscalização reforçada, tecnologias avançadas e uma abordagem mais incisiva no ambiente digital. Sem isso, a consolidação da economia clandestina pode tornar-se ainda mais difícil de ser enfrentada.

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