Dólar atinge R$ 6,09 e bate recorde nominal; Bolsa cai para menor nível desde junho
Apesar de sucessivas intervenções do Banco Central (BC), o dólar fechou esta segunda-feira (16) em forte alta, atingindo R$ 6,09, enquanto a bolsa de valores registrou queda de quase 1%, chegando ao menor nível desde o fim de junho.
O dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 6,094, com alta de R$ 0,059 (+0,99%). Este é o maior valor nominal desde a criação do real, em 1994. A moeda norte-americana chegou a operar em estabilidade após a primeira intervenção do BC, mas voltou a subir mesmo após novas operações da autoridade monetária.
Logo após a abertura do mercado, o BC vendeu à vista US$ 1,6 bilhão das reservas internacionais. No meio da manhã, foram vendidos mais US$ 3 bilhões em uma operação com compromisso de recompra, anunciada na última sexta-feira (13). Ainda assim, o câmbio seguiu em alta ao longo da tarde.
O índice Ibovespa, da B3, encerrou aos 123.560 pontos, com recuo de 0,84%. Esta foi a terceira queda consecutiva, levando o indicador ao menor patamar desde 26 de junho.
Fatores internos e externos pressionam mercado
Tanto elementos domésticos quanto internacionais influenciaram as negociações desta segunda-feira. No Brasil, o mercado permanece atento à votação do pacote de corte de gastos, prevista para ocorrer em sessão extraordinária virtual na Câmara dos Deputados. Para destravar a pauta, o governo liberou cerca de R$ 7 bilhões em emendas parlamentares nos últimos dias.
No cenário externo, as atenções se voltam para a reunião do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, que decidirá nesta semana o tamanho da redução dos juros básicos norte-americanos. Além disso, uma declaração do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, sobre possíveis sobretaxas a produtos brasileiros, trouxe instabilidade ao câmbio e adicionou pressão sobre o dólar no Brasil.
Reportagem de Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil