Dólar atinge novo recorde ao fechar em R$ 6,06; Ibovespa encerra em queda

O dólar começou dezembro de forma marcante, fechando esta segunda-feira (2) em alta de 1,13%, cotado a R$ 6,0685, um novo recorde nominal desde o Plano Real. A alta da moeda é impulsionada por incertezas fiscais no Brasil, agravadas por declarações e medidas que geram preocupações no mercado financeiro. Ao mesmo tempo, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, registrou queda de 0,34%, atingindo 125.236 pontos, refletindo um cenário econômico instável.

As tensões internacionais também contribuíram para o clima de volatilidade. O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, exigiu que os países do Brics, incluindo o Brasil, se comprometam a não apoiar alternativas ao dólar. A ameaça de tarifas de até 100% caso essa exigência não seja cumprida aumentou os temores de uma possível guerra comercial a partir de 2025. A instabilidade foi sentida tanto no câmbio quanto no mercado acionário, com investidores buscando maior proteção.

No Brasil, o destaque ficou por conta do pacote de contenção de gastos anunciado pelo governo, que prevê um corte de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos e acumula uma redução total de R$ 327 bilhões até 2030. O pacote, considerado crucial para o equilíbrio fiscal, enfrenta desafios no Congresso. Além disso, declarações de líderes legislativos e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, buscaram acalmar o mercado, embora dúvidas permaneçam sobre a eficácia das medidas anunciadas.

A expectativa de juros mais altos também está no radar. O presidente indicado do Banco Central para 2025, Gabriel Galípolo, sinalizou uma postura mais contracionista da política monetária, reforçando a possibilidade de juros elevados por mais tempo. O mercado já especula uma nova alta na taxa Selic, que será decidida na próxima reunião do Copom. Paralelamente, indicadores como o PIB do terceiro trimestre e os números do mercado de trabalho nos EUA devem direcionar os próximos movimentos dos investidores.

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