A tragédia que abalou Torres, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, segue sob investigação intensa. A Polícia Civil apura as mortes de três mulheres da mesma família após consumirem um bolo durante um encontro familiar. Exames laboratoriais revelaram a presença de arsênio, uma substância altamente tóxica, no sangue das vítimas e de dois sobreviventes, que permanecem hospitalizados. O caso levanta suspeitas de envenenamento ou contaminação alimentar.
As investigações já ouviram cerca de 15 testemunhas, incluindo parentes das vítimas, e os laudos periciais no alimento devem ser concluídos em breve. Até agora, não há indícios de conflitos familiares ou disputa por herança. A mulher que preparou o bolo é uma das sobreviventes e apresentou a maior concentração de arsênio no sangue, possivelmente por ter consumido mais de uma fatia. Ela ainda não foi ouvida, pois permanece hospitalizada, junto com uma criança de 10 anos.
Arsênio: perigo invisível e extremamente letal
Segundo especialistas, o arsênio é conhecido por sua alta toxicidade e ausência de cheiro ou sabor, o que o torna difícil de detectar. Embora tenha sido utilizado no passado como raticida, seu uso é proibido no Brasil. Além disso, o elemento também pode ser encontrado em fontes naturais, como água, alimentos e solo, mas em níveis raramente letais. O delegado responsável pelas investigações, Marcos Vinícius Veloso, afirmou que novos exames serão essenciais para determinar a origem da contaminação.
O caso ganhou ainda mais complexidade com a reabertura da investigação sobre a morte do ex-marido da mulher que preparou o bolo, ocorrida em setembro, e inicialmente atribuída a causas naturais. A polícia solicitou a exumação do corpo para verificar uma possível ligação com o envenenamento. Enquanto isso, familiares, moradores e autoridades aguardam respostas que possam trazer justiça e elucidar os eventos que culminaram nesta tragédia.
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