Nos últimos meses, investigações em seis tribunais estaduais de três regiões do Brasil têm revelado um amplo esquema de corrupção envolvendo magistrados, advogados e servidores. As ações já resultaram no afastamento de 16 desembargadores e 7 juízes, com desdobramentos no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Entre os alvos, um juiz foi preso e seis estão sob monitoramento eletrônico, enquanto a Polícia Federal (PF) investiga casos relacionados a disputas de terras, processos criminais e decisões judiciais de alto valor.
Entre os casos apurados, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul se destacam pelo volume de provas obtidas. Conversas interceptadas e mensagens de celulares revelaram esquemas milionários de venda de sentenças, com propinas pagas em dinheiro, bens de luxo e até ouro. No Mato Grosso do Sul, cinco desembargadores foram afastados, e as buscas incluíram 44 locais diferentes. Já no Espírito Santo, magistrados são acusados de liberar ilegalmente valores de contas de falecidos, gerando prejuízo milionário.
Operações também apontam irregularidades em São Paulo e Maranhão, onde juízes e advogados utilizavam codinomes como “churrasco” para negociar propinas e liberavam alvarás fraudulentos que causaram prejuízo de R$ 17 milhões ao Banco do Nordeste. No Tocantins, as investigações indicam pagamentos fracionados para manipular processos e favorecer interesses privados. A repercussão chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde o ministro Cristiano Zanin analisa possíveis envolvimentos de ministros do STJ.