A Polícia Civil do Rio Grande do Sul, por meio da Delegacia de Repressão ao Crime de Lavagem de Dinheiro do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), deflagrou nesta manhã (19/11) a Operação Riciclaggio, com o objetivo de investigar um grupo criminoso envolvido na lavagem de dinheiro de uma organização criminosa atuante na zona sul de Porto Alegre. O grupo é apontado como possível responsável por recentes conflitos que culminaram em homicídios na região.
Foram cumpridas 125 ordens judiciais em diversas cidades, incluindo Porto Alegre, Cachoeirinha, Canoas, Alvorada e Guaíba. Durante a operação, quatro pessoas foram presas e armas de fogo, entre elas dois fuzis, além de dinheiro em espécie, foram apreendidos.
Entre as medidas judiciais estão mandados de busca e apreensão, apreensão de veículos, sequestro de imóveis, bloqueio de contas bancárias e indisponibilidade de bens de 15 investigados, incluindo pessoas físicas e jurídicas.
Investigações apontam lavagem de dinheiro por meio de empresas
De acordo com o delegado Marcus Viafore, a investigação revelou que dois irmãos envolvidos com o tráfico de drogas, sendo um deles também acusado de homicídio, adquiriram diversos automóveis em nome de terceiros e um imóvel, este último comprado por meio de uma empresa de reciclagem, utilizada para realizar os pagamentos. Outras empresas também estão sob suspeita de serem usadas para “branquear” o capital ilícito.
“Não há renda lícita que justifique o aumento patrimonial dos investigados. Um dos líderes do grupo, por exemplo, cumpriu pena de 9 anos e foi libertado em 2020, sem fontes de renda conhecidas”, afirmou o delegado Viafore.
Bens e valores bloqueados
As ações realizadas até o momento resultaram no bloqueio de R$ 1,1 milhão em contas bancárias. As investigações também rastreiam movimentações financeiras suspeitas, totalizando aproximadamente R$ 9,2 milhões entre dezembro de 2021 e 2024.
O diretor do DHPP, delegado Mario Souza, destacou a importância da operação para enfraquecer o poder financeiro das organizações criminosas, impedindo que os recursos ilícitos sejam utilizados no financiamento de homicídios e outros crimes violentos.
“Combater a lavagem de dinheiro é essencial para desmontar a estrutura financeira que sustenta organizações criminosas e perpetua a violência”, ressaltou o delegado.