Acusações envolvendo Bolsonaro geram expectativa sobre possível prisão preventiva. A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por crimes que incluem golpe de Estado e organização criminosa. As penas podem alcançar até 28 anos de prisão, mas a detenção depende de um pedido formal do procurador-geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre os argumentos legais destacados, está o artigo 312 do Código de Processo Penal, que estabelece critérios para a prisão preventiva. Essa medida só seria possível para evitar novos crimes, garantir a investigação ou preservar a ordem pública. A criminalista Marília Bambrilla ressaltou que a solicitação deve ser analisada pelo relator do caso no STF, Alexandre de Moraes, e confirmada pela Corte.
No relatório da PF, há acusações de que Bolsonaro teria conhecimento de um plano para atentar contra líderes políticos como Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin. Documentos e delações ligam o ex-presidente à suposta autoria de um decreto golpista. Além de Bolsonaro, figuram na lista nomes como os generais Augusto Heleno e Braga Netto, o presidente do PL Valdemar Costa Neto e o ex-ministro Anderson Torres.
A defesa do ex-presidente afirmou que só se pronunciará após acesso integral ao relatório. Enquanto aliados de Bolsonaro prometem notas públicas ou recorrem ao silêncio, o caso repercute em nível internacional. Fernando Cerimedo, outro indiciado, declarou que recorrerá a tribunais internacionais, reforçando a tensão em torno do episódio.