Um homem de 30 anos foi condenado pelo Tribunal do Júri em Tapejara a 28 anos de prisão pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio qualificados. O julgamento, que ocorreu na quinta-feira, 31 de outubro, resultou na responsabilização do réu pelo assassinato do senegalês Ibra Amar, de 26 anos, ocorrido em janeiro de 2021, além de lesões a outra vítima no mesmo incidente. As acusações foram sustentadas pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS).
O réu, que já estava detido, foi condenado por motivo fútil, emprego de meio que causou perigo comum e recurso que dificultou a defesa das vítimas. A sessão durou aproximadamente 12 horas, das 9h às 21h, e contou com a atuação dos promotores de Justiça Miguel Germano Podanosche, substituto na comarca de Tapejara, e Valério Cogo, do Núcleo de Apoio ao Júri (NAJ).
“A decisão demonstra o compromisso da sociedade da comarca de Tapejara para com a defesa da vida de todos os seus integrantes, independentemente de origem. A comarca ostenta grande população de imigrantes estrangeiros, que também são tutelados pelo direito”, afirmou o promotor Miguel Podanosche. Ele ressaltou ainda que “o sonho desses estrangeiros com uma nova vida no Brasil não pode se converter em tragédias como esse bárbaro crime”.
Detalhes do crime
No dia 21 de janeiro de 2021, o réu, que estava em liberdade condicional por outra condenação por homicídio em 2016, envolveu-se em uma briga em um bar em Tapejara, no norte do estado. Ele importunava clientes do estabelecimento até ser advertido por Ibra Amar, que pediu que cessasse os insultos. Após o desentendimento, o homem deixou o local, prometendo voltar.
Duas horas depois, ele retornou armado e abriu fogo dentro do bar, atingindo fatalmente o senegalês Ibra Amar e ferindo outra pessoa, que sobreviveu ao ataque. A prisão do réu ocorreu dias após o crime, em Passo Fundo, e ele permaneceu detido até o julgamento realizado na última quinta-feira.