“Estou vivo”: Lula fala pela primeira vez sobre planos de assassinato
A Polícia Federal revelou detalhes de um plano alarmante elaborado por militares para um golpe de Estado em 2022, que incluía o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes. A trama, descoberta durante a Operação Contragolpe, envolvia estratégias como envenenamento e uso de armamento pesado, tudo com o objetivo de “neutralizar” os líderes e instalar um “gabinete de crise”. As investigações também indicaram que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria dado aval ao plano até o final de seu mandato.
Durante um evento no Palácio do Planalto, Lula comentou pela primeira vez sobre as ameaças, destacando sua gratidão por estar vivo após as tentativas de atentado. “Eu tenho que agradecer porque estou vivo. A tentativa de me envenenar, a mim e ao Alckmin, não deu certo, e estamos aqui”, afirmou o presidente, reforçando sua visão de governar sem estímulo ao ódio. O discurso ocorreu em uma cerimônia voltada à revisão de contratos de concessão de rodovias e ao incentivo de investimentos em infraestrutura.
Lula enfatizou seu objetivo de construir um país sem perseguições, focado em resultados que melhorem a qualidade de vida da população. “Eu não quero envenenar ninguém, nem perseguir. Quero medir governança com números, mostrar quem fez mais pelas escolas, pelos pobres, pelas estradas e pelo salário mínimo”, declarou. Ele reforçou que sua missão é desmoralizar adversários políticos por meio de indicadores que reflitam sua gestão.
Os detalhes do documento golpista, impresso no Palácio do Planalto em novembro de 2022, chocaram as autoridades. A PF constatou que o núcleo militar envolvido utilizava sofisticado conhecimento técnico-militar para planejar ações ilícitas. Além disso, o plano previa o uso de explosivos e ameaçava a segurança democrática do país, marcando um capítulo preocupante da história política brasileira.