Regiões próximas à Serra do Mar registraram chuvas intensas, como já havia sido previsto pelos modelos meteorológicos. Municípios no Sul do Brasil enfrentaram alagamentos e acumulados que superaram 100 mm em diversas localidades. Destaque para Praia Grande (SC), que chegou a registrar 193 mm, e Maquiné (RS), com 100 mm. A ocorrência foi favorecida pela chuva orográfica, onde a umidade do oceano encontra o relevo, sobe na atmosfera e condensa-se em precipitação, as informações são da Metsul.
O contraste de pressão atmosférica intensificou o transporte de umidade do mar para o continente. Uma área de baixa pressão no Sul do Brasil e um sistema de alta pressão a Leste da Argentina geraram ventos fortes do quadrante Leste. Esse fluxo carregado de umidade, aliado à temperatura acima da média do Atlântico, intensificou os volumes de chuva, especialmente no costão da Serra do Mar.
Cidades como Timbé do Sul (SC) e Morro Grande (SC) também registraram valores elevados, com 110 mm e 106 mm respectivamente, enquanto no Rio Grande do Sul, Maquiné e Alto Feliz superaram os 90 mm em 24 horas. Os altos índices reforçam os impactos da geografia local, que potencializa a formação de chuvas intensas quando o ar úmido é forçado a subir devido ao relevo.
O fenômeno da chuva orográfica é explicado pela dinâmica da umidade ao encontrar barreiras físicas como montanhas. Assim como o vapor d’água embaça um espelho frio, o ar quente e úmido, ao ser forçado para regiões mais altas e frias, condensa-se em chuva. Esse processo natural é comum em regiões com características geográficas semelhantes às da Serra do Mar, mas pode causar transtornos devido aos elevados volumes de água em curtos períodos.