A China consolidou um movimento estratégico no mercado mineral brasileiro ao adquirir a maior reserva de urânio do país, localizada na Mina do Pitinga, em Presidente Figueiredo, Amazonas. A transação foi anunciada pela empresa Mineração Taboca, que operava o local desde 1969, e envolveu um investimento de aproximadamente R$ 2 bilhões. Além do urânio, a mina possui minerais como nióbio, tântalo, estanho e tório, fundamentais para tecnologias de ponta.
A compra foi realizada pela China Nonferrous Trade (CNT), uma subsidiária estatal chinesa. A operação chamou atenção pelo impacto estratégico e gerou debates sobre o controle de recursos nacionais por empresas estrangeiras. Autoridades brasileiras, como o senador Plínio Valério (PSDB-AM), expressaram preocupação com a liberdade dada às companhias chinesas para explorar reservas, enquanto empresas locais enfrentam entraves regulatórios.
A Mina do Pitinga é vista como uma das reservas mais promissoras do país, com grande potencial econômico e tecnológico. Os minerais presentes na área são essenciais para indústrias como a aeroespacial, de baterias e até satélites, tornando a região um ponto de interesse global. A proximidade com áreas turísticas e ambientais, como as cachoeiras de Presidente Figueiredo, também levanta discussões sobre possíveis impactos.
A Mineração Taboca, controlada pela peruana Minsur S.A., destacou que o acordo representa um novo ciclo de oportunidades para a empresa. No entanto, a venda reacendeu críticas sobre a soberania mineral brasileira e a ausência de regulamentações mais rígidas para proteger recursos estratégicos frente a interesses estrangeiros.