Caso Sarah: MPRS denuncia quatro pessoas pelos homicídios em Porto Alegre
Estudante da UFRGS e dono de mercado foram assassinados em janeiro; denúncia aponta crime premeditado envolvendo facção criminosa
O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) denunciou, na quinta-feira, 21 de novembro, quatro pessoas pelos homicídios da estudante de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Sarah Silva Domingues, de 28 anos, e do dono de um mercado, Valdir dos Santos Pereira, de 53 anos. O crime ocorreu no dia 23 de janeiro deste ano, na Ilha das Flores, em Porto Alegre, quando ambos foram atingidos por tiros disparados por homens em uma moto.
A denúncia foi apresentada ao Poder Judiciário pela promotora de Justiça Lúcia Helena Callegari, da Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri de Porto Alegre. Os acusados enfrentam imputações por duplo homicídio qualificado, com agravantes de motivo torpe e recurso que dificultou a defesa das vítimas. Entre os denunciados estão um apenado, apontado como mandante, sua irmã, que intermediou o crime, e dois presidiários, que monitoraram os alvos.
Declarações da promotora
“São graves crimes que ceifaram a vida de duas pessoas, uma delas, uma jovem que estava fazendo um trabalho para tratar das enchentes na região das ilhas, o trabalho de conclusão de Sarah. Infelizmente, até o momento, foi possível apurar, com clareza, quem ordenou e organizou o crime, mas ainda são necessárias diligências complementares para identificar os executores. Além disso, é importante destacar o exaustivo trabalho da Polícia Civil”, afirmou a promotora.
Motivação do crime
O alvo principal do crime era o comerciante Valdir, que resistia à ocupação de sua comunidade pelo tráfico de drogas. Sarah, por sua vez, estava entrevistando o comerciante para o trabalho de conclusão de curso. No momento do ataque, foram disparados ao menos 15 tiros. Em fevereiro, a polícia prendeu suspeitos ligados a uma facção criminosa, mas alguns foram liberados posteriormente.
Desde o início das investigações, o MPRS também prestou apoio aos familiares das vítimas, incluindo a mãe de Sarah, por meio da Central de Acolhimento às Vítimas e Familiares de Crimes.