Aumento dos casos de coqueluche no Rio Grande do Sul preocupa especialistas

Um alerta importante foi emitido pela Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), devido ao aumento expressivo de casos de coqueluche no estado. Nos últimos meses, Porto Alegre contabilizou 79 casos suspeitos, com 48 deles confirmados até a 37ª semana de 2024. Além disso, dois surtos já foram identificados e sete novos estão sob análise, com um total de 28 pessoas envolvidas.

A vacinação é apontada como a medida mais eficiente para conter o avanço da doença, uma vez que a coqueluche é uma enfermidade prevenível. Esse aumento no Brasil acompanha uma tendência global de crescimento, observada também em países como Estados Unidos, China e nações europeias, onde o descuido com a cobertura vacinal tem favorecido o reaparecimento da doença. Segundo o infectopediatra da SPRS, Dr. Marcelo Scotta, “a baixa adesão à vacinação entre crianças e gestantes é um dos principais fatores para a alta de casos”. Ele lembra que gestantes têm direito à vacina gratuita no SUS, como parte do Programa Nacional de Imunizações.

A notificação dos casos suspeitos é fundamental para o controle da coqueluche, conforme reforça a SPRS aos médicos. Segundo o diretor Dr. Benjamin Roitman, a Vigilância em Saúde deve ser informada de cada caso suspeito, e o tratamento também deve incluir todos que tiveram contato próximo com o paciente, como medida preventiva. Essa comunicação é essencial para reduzir o risco de novos surtos e ajudar na rápida resposta do sistema de saúde.

Para diagnóstico, o método recomendado é o exame PCR para Bordetella, coletado por meio de swab de orofaringe. Contudo, esse teste ainda não está amplamente disponível no SUS e não é coberto por muitos planos de saúde. Na ausência de confirmação laboratorial e em casos de tosse prolongada, os médicos são orientados a iniciar o tratamento preventivo o mais cedo possível, visando minimizar os riscos e complicações da doença.

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