Aumento de casos de raiva herbívora no RS alerta produtores rurais

A raiva herbívora, doença fatal transmitida pelo morcego hematófago, volta a preocupar o município de Erval Grande, no Rio Grande do Sul, após décadas sem registros locais. Dois focos foram identificados na linha Caruso, região próxima à divisa com Santa Catarina, onde a doença já apresentava surtos desde março. Autoridades estaduais traçaram um plano de ação que inclui vacinação, mapeamento de áreas afetadas e captura de morcegos, mobilizando produtores rurais para conter a expansão.

A transmissão ocorre principalmente quando os morcegos hematófagos se alimentam do sangue de bovinos, equinos e outros animais, criando lesões que possibilitam a contaminação. O médico veterinário André Luiz Trierweiler destaca que animais infectados apresentam mudanças comportamentais, como agressividade e inquietação, além de paralisia muscular nos estágios finais. A doença, que também é uma zoonose, representa um risco para humanos, especialmente para aqueles que manuseiam os morcegos ou animais contaminados.

As ações de combate incluem a vacinação em áreas delimitadas. Uma zona de 5 quilômetros em torno dos focos está sendo inspecionada, enquanto em um raio maior, de 12 a 25 quilômetros, produtores são orientados a imunizar seus rebanhos e identificar refúgios de morcegos. As fezes características dos morcegos hematófagos, com cheiro forte e brilho sob luz, são indícios importantes para localizar as colônias, alerta Trierweiler. Ele reforça a necessidade de precaução ao lidar com esses animais, que podem morder ao se sentirem ameaçados.

O estado do Rio Grande do Sul já registra 72 focos ativos de raiva herbívora, espalhados por diferentes regiões, incluindo Fronteira Oeste, Missões e Serra. A prevenção e o controle da doença são esforços conjuntos entre autoridades, produtores rurais e núcleos de combate. Mais informações podem ser obtidas junto à Inspetoria Veterinária de São Valentim e ao Núcleo de Controle de Raiva Herbívora.

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