O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu, nesta quinta-feira (14), um e-mail contendo ameaças após o ataque com explosivos que resultou na morte do responsável, identificado como Francisco Wanderley Luiz. A mensagem fazia referência direta ao atentado, afirmando que a luta contra o tribunal continuaria até sua eliminação. Segundo a jornalista Daniela Lima, da Globonews, o e-mail continha ainda uma foto de uma arma de fogo ao lado de livros religiosos, indicando possível motivação ideológica.
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, declarou que o autor do ataque agiu sozinho, mas alertou para a atuação persistente de grupos extremistas no Brasil. Ele enfatizou que episódios semelhantes já ocorreram em anos anteriores e destacou a necessidade de ações contundentes para combater essas ameaças. O e-mail foi direcionado a diversos setores do STF, incluindo a presidência, e é tratado como parte de uma estratégia mais ampla de desestabilização.
Durante a sessão plenária do STF, o ministro Luís Roberto Barroso condenou o ataque e afirmou que episódios como o de quarta-feira reforçam a importância de responsabilizar aqueles que atentam contra a democracia. Barroso lembrou os ataques às sedes dos três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, como exemplo de uma série de atos que buscam deslegitimar as instituições democráticas no país. O ministro criticou a tentativa de normalizar atitudes extremistas e destacou a gravidade da situação atual.
Por fim, Barroso mencionou a proximidade da celebração da Proclamação da República como uma oportunidade para renovar os valores democráticos e republicanos. Segundo ele, o Brasil precisa de uma “revolução ética e espiritual” para enfrentar os desafios impostos pela intolerância e violência. O ministro reafirmou o compromisso do STF como guardião da Constituição e dos ideais democráticos, defendendo a liberdade, igualdade e dignidade de todos os cidadãos.